Desde as guerras napoleônicas, surge uma tendência pela qual as tropas assumem a defesa da segurança do Estado sem estritos controles do Judiciário, inimputáveis em relação às leis civis.
O resultado desses dois fatores foi expresso perfeitamente pelo general Keitel, comandante do Exército alemão durante a II Guerra Mundial. Rebatendo a um oficial que condenava a tortura de prisioneiros, ele explicou: “Essas objeções estão inspiradas numa concepção cavalheiresca da guerra, mas nós agora estamos lidando com uma ideologia. Estado, lei e regulamentos de combate tornaram-se anacrônicas relíquias de uma época passada.”
(Fonte: Veja, 10 de maio de 1989 – ANO 22 – Nº 18 – Edição 1078 – LIVROS – Tortura, de Edward Peters – Pág: 152/153)