Enzo Mari, lendário ‘designer’ italiano, é considerado um dos maiores designers da história da Itália

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Lendário ‘designer’ italiano, “gigante” da Nova Tendência em 1960/70

 

Italiano é considerado um dos maiores expoentes de sua área

Enzo Mari (Cerano, na província de Novara, no Norte de Itália, em 1932 – Milão, 19 de outubro de 2020), lendário designer italiano, considerado um dos maiores de sua área em 60 anos de carreira.

 

O ‘designer’ italiano Enzo Mari, nome pioneiro da ‘Nuova Tendenza’ da década de 1970, criou mais de 1,5 mil objetos para grandes marcas italianas e internacionais, como a Artemide, Danese, Zanotta e Driade. Entre as peças de maior destaque, estão a bandeja Putrella, a cadeira Delfina e cadeira Mariolina.

 

Além disso, suas obras foram expostas nos principais museus de arte e de design do mundo, como a Galeria Nacional de Arte Moderna de Roma, o Museu de Arte Moderna de Nova York e o próprio Triennale, onde ocorreu recentemente uma mostra com a retrospectiva da carreira do artista.

O italiano venceu por cinco vezes um dos maiores prêmios de design do país, o Compasso d’Oro – o último, em 2011. Mari também havia doado para a cidade de Milão todo o seu arquivo como as atividades desenvolvidas por ele entre os anos de 1952 e 2015.

 

Nascido em Cerano, na província de Novara, no Norte de Itália, em 1932, Mari frequentou a Academia de Belas Artes de Brera, em Milão, e fez todo o seu percurso na cidade, assumindo-se, desde o início, como um “firme defensor” da predominância da expressão artística do ‘design’, como ‘desígnio’ da matéria, como expressão de vida.

 

Marxista, opondo-se ao ‘marketing’ do mercado, e à submissão aos seus princípios, acreditava na funcionalidade definida pelos utilizadores dos próprios objetos, que desafiava a montarem, no contexto da ‘autoprogettazione’ (‘auto-projetação’), conceito que desenvolveu e que está na base do manual que publicou em 1974.

 

Nesta obra, expõe a importância dos materiais e do processo construtivo, retirando ao consumidor o caráter passivo, que passa a beneficiário do objeto, do processo e da função que o define.

 

No documentário “Homage to Autoprogettazione”, da Artek, disponível ‘online’, dedicado ao artista e ao seu percurso, Mari expõe as preocupações deste seu conceito, que são também as preocupações de uma vida dedicada à produção de mobiliário, aplicando na atividade de ‘designer’ o conhecimento adquirido sobre aspetos funcionais e de carácter social.

 

“A questão da forma é encontrar a sua própria essência”, diz Enso Mari, no documentário.

 

Autor do célebre sofá-cama “Day Night” e das célebres cadeiras “Tonietta”, “Sedia” e “Sof Sof”, entre outros objetos chave da contemporaneidade, como a jarra “Camicia”, o calendário “Timor”, o porta-folhas “Sumatra”, o cesto de papéis “Inattesa” e o cinzeiro “Paros”, Mari é comummente definido como “um dos ‘designers’ mais inovadores” da segunda metade do século XX.

 

Um dos seus primeiros projetos foi porém um ‘puzzle’ didático de madeira, para crianças, “16 animali”, concebido em 1957, para o fabricante de mobiliário Danese, de Milão.

 

Concebeu também livros infantis, em parceria com a companheira, Lela Mari, como “A Maçã e a Borboleta”, “A Árvore” e “O Ovo e a Galinha”, que a antiga editora Sá da Costa chegou a publicar em Portugal.

 

Vindos dos anos de 1960 e 1970, estes livros davam novas perspetivas à ilustração, permitindo leituras distintas, em função da idade e do grau de desenvolvimento da criança.

 

Mari foi professor na Universidade de Parma, na Academia de Carrara, no Politécnico de Milão e no Instituto Superior de Arquitetura de Florença, na Escola Superior de Belas Artes de Berlim e na Escola de Artes Aplicadas de Viena.

 

A sua obra está representada em coleções de museus como o de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA), da Galeria Nacional de Arte Moderna de Roma, no Museu da Trienal de Milão.

 

Nos últimos anos, Turim e Istambul dedicaram-lhe retrospetivas, depois de presenças constantes nas bienais de Veneza, de Zagreb e na Trienal de Milão.

 

Recebeu o Prêmio Internacional de Desenho de Barcelona de 1997 e, por cinco vezes, o galardão máximo do ‘design’, o Compasso d’Oro, quer por peças que definiu, como a cadeira “Delfina” e a mesa “Legato”, quer pelo trabalho de investigação que fez na área do ‘design’.

 

A Real Sociedade das Artes do Reino Unido (RSI) atribuiu-lhe o título de “Honorary Royal Designer”, em 2000, e a Faculdade de Arquitetura de Milão concedeu-lhe o doutoramento Honoris Causa.

 

Em 2011 esteve em Lisboa, para as conferências da bienal experimenta design (Bienal EXD2011), onde expôs os seus argumentos a favor do “Do It Yourself”.

 

“Este ‘designer’ modernista italiano quebrou barreiras e promoveu a inovação no seu trabalho durante mais de 60 anos”, escreve hoje a experimenta, na sua página no Facebook, definindo-o como “um verdadeiro visionário, com uma enorme clareza de espírito, criatividade e irreverência”. “O seu legado perdurará”, garante a associação portuguesa.

 

Em 17 de outubro, na inauguração da exposição da Trienal de Milão, o comissário da mostra, Hans Ulrich Obrist, considerou Mari um “Leonardo moderno”.

Enzo Mari faleceu em 19 de outubro de 2020, em Milão, aos 88 anos. Mari estava internado no hospital San Raffaele de Milão.

“Com Enzo Mari se vai um gigante do design italiano dos anos 1900. Um artista de fama mundial, criador de ícones lendários, cinco vezes Compasso d’Oro, um mestre que com sua reflexão teórica formou gerações de designers. Milão o lembrará para sempre”, escreveu o prefeito da cidade, Giuseppe Sala, em seu Twitter.

(Fonte: https://www.msn.com/pt-pt/noticias/ultimas – NOTÍCIAS – 19 de outubro de 2020)

(Fonte: https://www.terra.com.br/diversao/arte-e-cultura – DIVERSÃO / ARTE E CULTURA / por ANSA – 19 OUT 2020)

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