Eny Cezarino, foi considerada a maior cafetina brasileira

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O bordel que recebia de presidentes da república a empresários e fazendeiros.

 

Eny Cesarino

Eny Cezarino, foi considerada a maior cafetina brasileira (Foto: Diario de Pernambuco)

 

Eny Cezarino (São Paulo, 1916 – São Paulo, 1997), considerada a maior cafetina brasileira

Eny Cezarino é uma personagem curiosa da vida nacional. Nos anos 50 e 60, ela foi a cafetina mais famosa do país. Era dona de um bordel suntuoso em Bauru, no interior paulista, e acumulou uma bela fortuna com sua atividade. Entre os frequentadores da casa não faltavam celebridades: foram vistos por lá políticos como Jânio Quadros e artistas como Vinicius de Moraes. De tão bem relacionada, a cafetina tornou-se uma figura influente e temida na cidade. Teve, contudo, um fim melancólico. Quando morreu, nos anos 80, havia perdido todas as suas propriedades, em decorrência de um golpe aplicado por seu próprio contador.

Desde os vinhedos de Salerno, na Itália, até a cidade de Bauru, no interior de São Paulo, a história real daquela que foi considerada a maior cafetina do país, Eny Cezarino, percorre os séculos XIX e XX.

Contrariando o desejo de seus pais, que a criaram para ser uma respeitada dama e se casar bem — como se dizia antigamente —, a paulistana Eny tornou-se a proprietária de um dos mais famosos bordéis do Brasil, que teve seu auge entre as décadas de 1960 e 1970.

O famoso bordel, instalado em Bauru, interior de São Paulo, a “Casa da Eny” — como era conhecido o bordel dessa famosa personagem de alcova, teve mulheres lindas e exuberantes que trabalharam por lá, e teve seus famosos e ilustres clientes. Entre eles, artistas do porte de Vinicius de Moraes (1913-1980), o notório poeta e diplomata da Bossa Nova, e também donos de empresas, agentes da lei, religiosos, deputados, prefeitos e até um presidente da República.

Belas garotas, com seus “corpos violão”, e homens célebres, entre eles artistas, empresários, políticos e até religiosos, circularam pelos salões, quartos e festas do endereço luxurioso e fizeram a fama do lugar, cujo cotidiano e segredos são revelados em Eny e o Grande Bordel Brasileiro.

 

 

Eny e o Grande Bordel Brasileiro – Lucius de Mello

 

“Eny era leal, extraordinária. Nos tornamos amigos íntimos, quase parentes!”, relata o goleador Serginho Chulapa, que na época era um dos principais centroavantes do Brasil, no São Paulo Futebol Clube, e também líder de um grupo de pagode. O jogador era frequentador assíduo do bordel e cliente preferencial, muitas vezes fechando a casa só para ele e amigos. Muitas farras, risadas e histórias aconteceram no casarão nos anos 1970. Hoje, Serginho é casado e um pai de família exemplar e a amiga Eny é apenas lembrança da rica vida desse ex-jogador e agora integrante da comissão técnica do Santos Futebol Clube.

 

Antes de ser o Mr. Vegas, responsável pelas noites mais badaladas da Cidade do Jogo, o empresário Ciro Batelli, o “Vóiz”, era um jovem estudante de direito que, ao contrário dos outros homens, frequentava o bordel mais para ganhar do que para gastar dinheiro. Ciro morava em São Paulo e, pelo menos duas vezes ao mês, revendia lingeries, perfumes e estojos de maquiagem importados que ele mesmo comprava no Paraguai e ia até Bauru mostrar as novidades. Uma delas fez tanto sucesso que tirou a Eny do sério: um portátil ventilador a pilha. Essa é uma entre várias histórias relembradas por Ciro Batelli.

 

Janete Clair batia todos os recordes de audiência com a novela O Astro, na Globo, enquanto na TV Tupi, O Profeta rivalizava. E foi numa noite dessas, com o bordel inteiro parado em frente à televisão, que a trupe de Carlos Augusto de Oliveira, mais conhecido como Guga de Oliveira, chegou ao bordel da Eny. Naquela época, o irmão de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, acabara de receber um convite para ser diretor de programação da TV Tupi. Ele também era um dos sócios da Blimp Filmes – a maior produtora de cinema e documentários da América Latina nos anos 1960 e 1970.

 

Guga, Ciro e Serginho são só alguns dos grandes personagens que deram a fama de “mais famoso bordel brasileiro” à casa de Eny Cezarino. Entre os outros casos que o escritor Lucius de Melllo descreve estão o conto O sertanejo nu no Paraíso, que narra episódio inusitado envolvendo o cantor sertanejo Sérgio Reis e o conto A filha do sapateiro, que traz um personagem curioso ligado às atividades cotidianas do bordel: o profissional que cuidava dos sapatos das meninas da casa, que era o pai da, hoje, famosa quituteira Palmirinha.

 

Algumas das mulheres que trabalharam com Eny no prostíbulo de Bauru (Foto: Folha de S.Paulo – Uol / Reprodução)

 

(Fonte: Veja, 6 de novembro de 2002 – ANO 35 – Nº 44 – Edição 1776 – Veja Recomenda – OS MAIS VENDIDOS / Por Marcelo Marthe – Pág: 132/133)

(Fonte: http://www.gazetadevotorantim.com.br – 01/06/2015)

(Fonte: http://www.planetadelivros.com.br – HISTÓRIA -17/03/2015)

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