Emilio Eduardo Massera, um dos líderes de golpe e, um dos homens fortes da ditadura argentina (1976-1983)

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Ex-repressor da ditadura argentina Emilio Massera

Emilio Eduardo Massera foi um dos líderes do golpe militar na Argentina, ajudou a derrubar o governo de Isabel Perón

 

Em 1971, Emilio Massera ao lado do general Jorge Rafael Videla em foto de setembro de 1977 – (Foto: Reuters)

 

Conhecido como ‘Almirante Zero’, Massera integrou a Junta de Comandantes, que em golpe de 1976 derrubou o governo de Isabel Perón

Emilio Eduardo Massera (Paraná, 19 de outubro de 1925 – Buenos Aires, 8 de novembro de 2010), ex-almirante argentino, foi um dos homens fortes da ditadura argentina (1976-1983)

O almirante Massera, um dos membros da Junta Militar que assumiu o poder na Argentina em 1976, foi um dos três integrantes da Junta Militar que assumiu o poder com a deposição da presidente Isabel Perón. Ele também dirigiu a notória Escola de Mecânica da Armada (Esma), onde dissidentes do regime militar foram presos e torturados.

Um dos ícones da ditatura militar na Argentina (1967-1983), o almirante Emilio Massera foi um dos líderes do golpe militar de 1976 na Argentina e participou da junta que derrubou a ex-presidente Isabel Perón e governou entre 1976 e 1978. Além de Massera, integravam a junta o general Jorge Videla e o brigadeiro Orlando Agosti.

Um dos chefes da Junta Militar que promoveu o golpe de Estado de 1976, Massera foi condenado à prisão perpétua em 1985 pelos crimes cometidos durante a ditadura, entre eles assassinato, tortura e roubo. Indultado em 1990 pelo então presidente Carlos Menem, voltou para a cadeia oito anos depois sentenciado por sequestro de menores.

Massera, o brigadeiro Orlando Agosti e o presidente da junta militar Jorge Videla, além de outros líderes do golpe, tomaram o poder quando a Argentina estava convulsionada por guerrilheiros de esquerda e esquadrões da morte de direita, no período de turbulência que se seguiu à morte de Juan Domingo Perón em 1974.

Muitos consideram que Massera foi o cérebro das terríveis ondas de repressão que se seguiram ao golpe de 1976, na chamada “guerra suja”, na qual pelo menos 13 mil pessoas foram mortas pela repressão da junta militar. De acordo com grupos de direitos humanos, contudo, 30 mil pessoas foram assassinadas na Argentina pela repressão política entre 1976 e 1983.

Após a redemocratização da Argentina, Massera foi condenado em 1985 à prisão perpétua por três assassinatos, 12 casos de tortura e as detenções e confinamento de outras 69 pessoas.

O presidente argentino Carlos Menem, que governou entre 1989 e 1999, anistiou Massera e outros líderes do golpe. Em 2002, a lei de anistia de Menem que evitou que Massera e Videla fossem julgados foi derrubada pelo judiciário, mas os enfartes e a demência livraram o ex-almirante do julgamento.

Foi condenado em 1985, logo depois da redemocratização, mas cumpriu apenas cinco anos de pena, pois se beneficiou de uma anistia geral. Em 2007, a Justiça decidiu que a anistia havia sido inconstitucional, e a pena de prisão perpétua foi retomada.

Estima-se que 5.000 presos políticos tenham passado pelos porões da Esma durante a ditadura. Muitos foram torturados, e diversos acabaram sendo colocados em aviões e atirados – mortos ou sedados – no rio da Prata.

Era comum também que os oficiais navais roubassem casas, empresas, carros e móveis dos prisioneiros, que eram forçados a falsificar documentos que davam a posse dos bens aos oficiais.

Ao ser condenado em 1985, Massera se recusou a pedir perdão pelas torturas.

Em 1998, oito anos após ser anistiado, Massera voltou a ser detido pela acusação de ter sequestrado bebês nascidos de presas políticas, um crime que não havia sido abrangido pela anistia.
Em 2007, a Suprema Corte anunciou que o indulto dado pelo governo Menem a Massera estava anulado, e a condenação à prisão perpétua foi retomada.

Alemanha, Espanha, Itália e França pleitearam a extradição de Massera para julgá-lo pela morte de cidadãos seus durante a ditadura, mas a Justiça argentina decidiu que ele não tinha condições de saúde para voltar ao banco dos réus.

Em prisão domiciliar, desde 2009 o repressor ainda era julgado à revelia na Itália pelo assassinato de cidadãos desse país durante a ditadura argentina.

Grupos de direitos humanos dizem que cerca de 30 mil pessoas foram mortas pelo regime militar argentino.

Emilio Eduardo Massera morreu em Buenos Aires, em 8 de novembro de 2010, aos 85 anos, em um hospital da Marinha, vítima de um acidente vascular cerebral (AVC).

(Fonte: https://extra.globo.com/noticias/mundo – MUNDO – 08/11/10)

(Fonte: http://internacional.estadao.com.br/noticias/geral – INTERNACIONAL/ Por AE, Agência Estado – 08 Novembro 2010)

(Fonte: https://oglobo.globo.com/mundo – MUNDO/ POR O GLOBO – BUENOS AIRES – (Reuters) – Por Helen Popper – 08/11/2010)

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