Danielle Darrieux, estrela do cinema francês
Ela trabalhou em Hollywood e na Broadway e foi aclamada pelo filme romântico ‘A Sensação de Paris’, de 1938
A dama da sétima arte atuou em mais de 100 produções.
Danielle Yvonne Marie Antoinette Darrieux (Bordéus, 1º de maio de 1917 – Bois-le-Roi, França, 17 de outubro de 2017), atriz francesa, participou de mais de uma centena de filmes, com frequência interpretando personagens muito elegantes.
Atriz, cantora, musa e grande dama do cinema francês. Todos estes adjetivos, ainda que perfeitamente cabíveis, certamente não eram o bastante para descrever a francesa Danielle Darrieux, lendária intérprete que atuou em mais de 100 produções.
Mundialmente conhecida por suas performances musicais tanto nos Estados Unidos quanto na França, tanto na Broadway quanto no cinema, Darrieux foi protagonista de obras de diretores consagrados como Max Ophüls “Desejos Proibidos”, Jacques Demy “Duas Garotas Românticas”, Claude Autant-Lara (1901-2000) “O Vermelho e o Negro”, Billy Wilder “Semente do Mal”, Joseph L. Mankiewicz “Cinco Dedos” e Claude Chabrol “A Verdadeira História do Barba Azul”.
Arquétipo e ícone da beleza de sua geração, loura e delicada, Danielle teve um início de carreira precoce e aos 14 anos participou de “Semente do Mal”, do diretor Billy Wilder, seguindo-se dezenas de obras entre 1930 e 1950, onde se destacam os inúmeros trabalhos com o realizador e esposo, Henri Decoin (O Dominó Verde, 1935); Regresso ao Lar, 1938; Porque Bates, Coração?, 1940).
Ela trabalhou em Hollywood e na Broadway nos anos 1930 e foi aclamada pelo filme romântico “A Sensação de Paris”, de 1938.
Já na década de 1950, participou em vários filmes de Max Ophüls, como “A Ronda” (1950), “O Prazer” (1952), “Madame de…” (1953), de Denys de La Patellière (1921-2013) – “O Preço do Pecado”, 1956; “Os Olhos do Amor”, 1959), e de Sacha Guitry (“Napoleão, 1955; “Se Paris falasse…”, 1956). Destaque ainda para a sua presença em “O Caso Cícero” (1952), de Joseph L. Mankiewicz, no qual desempenhava o papel da Condessa Anna Staviska.
As décadas que se seguiram continuaram a ser muito prolificas para a atriz, tendo trabalhado com realizadores como Paul Vecchiali (Les petits drames, 1961; En haut des marches, 1983), Claude Chabrol (Landru, 1963), Jacques Demy (As Donzelas de Rochefort, 1967; Um Quarto na Cidade, 1982), André Téchiné (O Local do Crime, 1986), Benoît Jacquot (Corps et biens, 1986), François Ozon (Oito Mulheres, 2002), e Anne Fontaine (Nouvelle Chance, 2006).
Na Segunda Guerra Mundial, Danielle trabalhou durante a ocupação nazista da França, inclusive para o estúdio Continental, dirigido pelos alemãs, o que fez com que fosse chamada de colaboracionista. Apesar disso, após a libertação da França pelos aliados, Darrieux continuou emplacando sucessos, especialmente sob a direção do cineasta francês Max Ophuls (1902-1957), em filmes como “O Prazer” e “Conflitos de Amor”.
A atriz participou de “Cinco Dedos”, de Joseph Mankiewicz (1909-1993), e interpretou a rainha da Espanha em “Entre o Amor e o Trono”, de Jean Cocteau, além de ter integrado o elenco de “Duas Garotas Românticas”, de Jacques Demy (1931–1990).
Mais recentemente apareceu em “8 Mulheres”, de François Ozon, e em 2007 emprestou sua voz para a animação “Persepolis”, indicada ao Oscar.
Darrieux se casou três vezes, com o cineasta Henri Decoin (1890-1969), o milionário Porfirio Rubirosa (1909-1965) e o roteirista Georges Mitsinkidès (1948–1991), que morreu nos anos 1990. Com este último, adotou um filho, que morreu pouco depois do marido.
Os últimos trabalhos de destaque da atriz – que iniciou sua carreira ainda no início do cinema falado, em 1931 – foram no longa 8 Mulheres, de François Ozon, e na animação Persépolis.
Também conhecida no mundo da TV, a atriz participou em produções como Jalna (1994), Les liaisons dangereuses (2003) e C’est toi c’est tout (2010) – este último marcaria a sua última aparição nos ecrãs, embora ainda contribuísse com a sua voz para outros dois projetos.
Nascida em Bordeaux, em maio de 1917, ela havia completado um século de vida no último mês de maio.
Ela estava em casa, no noroeste da França e seu estado de saúde “havia deteriorado um pouco recentemente após uma queda”, afirmou seu companheiro, Jacques Jenvrin.
(Fonte: https://oglobo.globo.com/cultura – CULTURA / POR O GLOBO /(Com agência France-Press) – AFP – 19/10/2017)
(Fonte: https://www.terra.com.br/diversao/cinema/adorocinema – DIVERSÃO – CINEMA – ADOROCINEMA / Por Renato Furtado – 19 OUT 2017)