Contardo Calligaris, escritor, psicanalista e dramaturgo, era colunista da Folha, dedicadas a temas da psicanálise, filmes, peças e livros

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Contardo Calligaris, o psicanalista italiano que soube levar o Brasil ao divã

 

Nascido em Milão, o também escritor e dramaturgo era colunista da Folha desde 1999

 

Contardo Calligaris (Milão, na Itália, em 2 de junho de 1948 – 30 de março de 2021), escritor, psicanalista e dramaturgo, era colunista da Folha desde 1999, dedicadas a temas da psicanálise, filmes, peças e livros.

 

A vida acadêmica do escritor, conta com passagens pela Escola Freudiana de Paris, em 1975, quando conviveu com Jacques Lacan; Universidade de Provença; Universidade da Califórnia em Berkeley e na The New School em Nova York.

 

Na televisão, ao lado de Thiago Dottori, Calligaris foi responsável pelo roteiro da série Psi (2014), exibida no canal HBO. A produção traz o cotidiano do psicanalista Carlos Antonini, que também é personagem do romance A mulher de vermelho e branco, de Calligaris.

 

O italiano de olhar atento que levou a psicanálise para o cotidiano do brasileiro ao analisar, em seus textos publicados na Folha de S. Paulo e em seus livros de ficção e não ficção, temas ligados à existência humana, cresceu cercado pelos escombros da Segunda Guerra Mundial. Ele iniciou sua formação pelas áreas de letras e filosofia, estudou na Suíça e na França e viveu também em Nova York. Para ele, a psicanálise surgiu primeiro como tratamento, e só depois como profissão. Calligaris se formou na Escola Freudiana de Paris, presidida por Jacques Lacan (1901-1981). Em sua formação, ele também teve aulas com Roland Barthes (1915-1980) e Michel Foucault (1926-1984).

 

Contardo Calligaris veio ao Brasil pela primeira vez em meados dos anos 1980 para o lançamento de seu primeiro livro de psicanálise: Hipótese Sobre o Fantasma. Foi convidado a voltar periodicamente, para encontros com profissionais. Pouco tempo depois, em 1989, fixou residência aqui e viveu suas últimas décadas em São Paulo, onde se dividia entre o consultório e a atividade intelectual.

 

Em um de seus livros, Hello, Brasil! e Outros Ensaios: Psicanálise da Estranha Civilização Brasileira (Três Estrelas), lançado originalmente em 1991 e depois em 2017, o psicanalista parte de uma investigação pessoal – justamente o que o fez deixar a França no fim dos anos 1980 para se mudar para o Brasil – para fazer uma espécie de análise do País, passando pela persistência da herança escravocrata até a corrupção política.

 

Ele é autor de vários outros livros na área de psicanálise. Um de seus maiores sucessos é Cartas a um Jovem Terapeuta: Reflexões para Psicoterapeutas, Aspirantes e Curiosos, que ganhou uma edição ampliada da Planeta em 2019, uma década depois de seu lançamento.

 

Também recentemente, em 2019, pela Papirus, ele lançou Coisa de Menina?: Uma Conversa Sobre Gênero, Sexualidade, Maternidade e Feminismo, com Maria Homem.

 

Desde 1999, Contardo Calligaris era colunista da Folha de S. Paulo. Pela coleção Folha Explica, da Publifolha, ele lançou um livro sobre a adolescência. Pelo selo Três Estrelas, saiu, em 2013, Todos os Reis Estão Nus, com uma seleção de seus melhores textos publicados no jornal.

 

Contardo Calligaris romancista

 

Sua estreia no romance foi em 2008, com O Conto do Amor, pela Companhia das Letras. Nele, o autor brinca com elementos biográficos – o protagonista, Carlo Antonini, é um psicanalista com consultório em Nova York e filho de um pai engajado na resistência antifascista italiana – e a obra tem como tema central a busca da identidade.

 

Calligaris retoma seu personagem em A Mulher de Vermelho, lançado em 2011 também pela Companhia das Letras. O romance mistura investigação psicanalítica e policial, passado e presente. Em uma entrevista concedida em 2015, o psicanalista contou que se voltaria mais uma vez a Carlo Antonini, num terceiro romance que abordaria a infância do personagem numa obra ainda mais autobiográfica. Não há previsão de publicação.

 

Os dois romances deram origem à série Psi, produzida pela HBO e que teve quatro temporadas (a mais recente é de 2018) que estão disponíveis na HBO Go. Psi foi criada pelo próprio autor e dirigida por Max Calligaris, seu filho, e por Marcus Baldini.

 

Nos Estados Unidos, foi professor de antropologia na Universidade da Califórnia e de estudos culturais na New School, em Nova York. No Brasil, começou a atuar como psicanalista e, aos poucos, a construir uma personalidade pública constantemente chamada a falar em público sobre temas sobre amor, relações humanas, sexualidade e questões existenciais.

 

Nascido em Milão, na Itália, em 2 de junho de 1948, o psicanalista pisou no país em 1986, em uma turnê de divulgação de seu primeiro livro Hipótese Sobre o Fantasma na Cura Psicanalítica. Por um tempo se dividiu entre os Estados Unidos e o Brasil, até se mudar de vez para cá, onde se casou e teve um filho.

 

Também graduado em letras e doutor em semiologia, Calligaris escreveu diversos livros sobre psicanálise, mas também se arriscou na ficção, lançando romances como Conto do AmorA Mulher de Vermelho e Branco e Todos os Reis Estão Nus. Em 2014, lançou na HBO a série Psi, sobre a vida de um complicado psicanalista fora do consultório. Desde 1999 era colunista da Folha de S. Paulo. Seu último texto foi publicado no jornal em 17 de fevereiro, com uma ácida crítica a Donald Trump.

Contardo Calligaris faleceu em 30 de março de 2021, aos 72 anos, em decorrência de um câncer.

O escritor estava internado no hospital Albert Einstein, na Zona Sul de São Paulo.

Contardo Calligaris era casado com a atriz Mônica Torres.

(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/entretenimento/noticias – ENTRETENIMENTO / NOTÍCIAS / por Veja – 30/03/2021)

(Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2021/03 – ILUSTRADA / por Sylvia Colombo – 30.mar.2021)

(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil – NOTÍCIAS / BRASIL / por Maria Fernanda Rodrigues – (Estadão Conteúdo) – 30/03/2021)

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