Considerada por alguns críticos o primeiro espetáculo naturalista do teatro brasileiro

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Ruggero Jacobbi (1920-1981), crítico teatral, diretor e ensaísta. Integrante de um grupo de artistas italianos que chegou ao Brasil em 1946, foi um dos fundadores do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC). Nasceu em Veneza, Itália, em 1920.

Exerce diversificada atividade como encenador, roteirista de cinema, crítico de teatro e cinema, colaborando com importantes figuras do teatro italiano, como Bragaglia, Paolo Grassi, Giorgio Strehler, Luchino Visconti, Vito Pandolfi.

Em 1946, chega ao Brasil acompanhando uma turnê da companhia de Diana Torrieri, da qual é diretor artístico. Integra-se ao Teatro Popular de Arte, de Maria Della Costa e Sandro Polloni, para quem dirige Estrada do Tabaco, de Erskine Caldwell e Jack Kirkland, em 1948, no Teatro Fênix.

A direção, sem fugir do risco da monotonia, investe na lentidão do tempo naturalista, valorizando as pequenas ações e a ambientação: o palco coberto de terra, barris com água e destroços reais de um velho automóvel. A montagem é considerada por alguns críticos o primeiro espetáculo naturalista do teatro brasileiro.

Ainda em 1948, segue-se uma nova parceria entre Jacobbi e o TPA: Tereza Raquim, de Emile Zola, na tentativa de reproduzir o sucesso de 1919 da atriz Itália Fausta, integrante do grupo, com uma cenografia já idealizada para viagens.

Em 1949, muda-se para São Paulo contratado como o segundo diretor italiano do TBC, depois de Adolfo Celi. Sua primeira montagem na companhia tem um caráter discreto. Trata-se de um boulevard inconseqüente, Ele, de Alfred Savoir, que leva cerca de 13 mil pessoas ao TBC.

Sua verdadeira força criativa é revelada ao público paulistano com a última realização desse ano, O Mentiroso, de Carlo Goldoni, que apresenta ao público paulistano o ator Sergio Cardoso, também recém-contratado do elenco permanente. A utilização cenográfica de dois palcos giratórios, engenhosa solução de Aldo Calvo para as mudanças cênicas, permite a fluência da direção, em contraponto à elegância e tradição setecentista goldoniana.

Sua segunda participação não tem muita representatividade, apesar de constar entre as dez maiores bilheterias da casa. Trata-se de outro boulevard, Os Filhos de Eduardo, peça ligeira de Marc-Gilbert Sauvajon, em parceria com Cacilda Becker, primeira incursão da atriz na direção, em 1950. Jacobbi morreu no dia 21 de junho de 1981, aos 61 anos, de insuficiência cardíaca, em Roma, Itália.

(Fonte: Veja, 1.º de julho, 1981 – Edição n.° 669 – Datas – Pág; 92)

(www.itaucultural.org.br)

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