Considerada a primeira romancista brasileira

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Considerada a primeira romancista brasileira

Personalidade Negra – Maria Firmina dos Reis

Maria Firmina dos Reis, considerada a primeira romancista brasileira

Maria Firmina dos Reis (São Luís, 11 de outubro de 1825 – Guimarães, 11 de novembro 1917), educadora e escritora do século XIX, negra, bastarda, pobre e mulher, escrevendo contra a escravidão e o patriarcado em pleno século XIX, considerada a primeira romancista brasileira.

Maria Firmina dos Reis nasceu em São Luís, no Maranhão, no dia 11 de outubro de 1825. Filha bastarda de João Pedro Esteves e Leonor Felipe dos Reis. Foi uma escritora brasileira, considerada a primeira romancista brasileira. Em 1830, mudou-se para a Vila de São José de Guimarães, município de Viamão. Viveu parte de sua vida na casa de uma tia materna. Esse acolhimento teria sido crucial para a sua formação. Como parte dessa formação, foi incentivada pelo escritor e gramático Sotero dos Reis, seu primo por parte de mãe, a dedicar-se na busca pelo conhecimento.

Em 1847, aos 22 anos, ela foi aprovada em um concurso público para a Cadeira de Instrução Primária, sendo assim a primeira professora concursada de seu Estado, concorreu à cadeira de Instrução primária no município de Viamão, sendo aprovada. Nessa região, exerceu a – profissão como professora de primeiras letras, de 1847 a 1881.

Maria demonstrou sua afinidade com a escrita ao publicar “Úrsula” em 1859, primeiro romance abolicionista, primeiro escrito por uma mulher negra brasileira. Publicou o que é considerada sua principal obra e um dos primeiros romances abolicionistas da literatura brasileira – Úrsula. Em que narra a condição da população negra no Brasil. Obra classificada como um dos primeiros escritos de uma mulher negra brasileira e com forte imersão em elementos da tradição africana.

O romance “Úrsula” consagrou Maria Firmina como escritora e também foi o primeiro romance da literatura afro-brasileira, entendida esta como produção de autoria afrodescendente.

Considerada por muitos historiadores da nossa literatura como a primeira romancista brasileira, a principal obra de Maria Firmina dos Reis fala sobre  a história de amor entre a pobre Úrsula e o nobre bacharel Tancredo. Mas Úrsula vai além disso, pois fala de escravidão e questões de gênero. Maria Firmina assina a sua principal obra como “uma maranhense”. No prólogo, ela diz: “pouco vale este romance, porque escrito por uma mulher, e mulher brasileira, de educação acanhada e sem o trato e conversação dos homens ilustrados.” Por trás destas palavras Maria Firmina  talvez criticasse o fato da profissão de escritor ser exercida majoritariamente por homens brancos, ricos e educados no exterior.

Úrsula – Maria Firmina dos Reis

Em 1887, no auge da campanha abolicionista, a escritora publica o livro “A Escrava”, reforçando sua postura antiescravista. Ao aposentar-se, em 1880, fundou uma escola mista e gratuita.

Maria Firmina viveu em um contexto de extrema segregação social e racial. Tendo em vista esse cenário, podemos considerar o romance Úrsula um ato de coragem. No entanto, como era comum numa época em que as mulheres viviam submetidas a inúmeras limitações e preconceitos, principalmente as mulheres negras, a educadora e escritora omite seu nome como autora, utilizando apenas a designação “Uma Maranhense”. As questões da população negra e sua condição na sociedade inquietava e mobilizava a educadora. Então, em 1887, escreveu um conto sobre o mesmo tema, “A Escrava”, e, em 1871, publicou a obra de poesias Cantos à beira-mar.

Maria Firmina não tinha posses, mas não vivia na pobreza. Ocupava um lugar intermediário, porém mais próximo da pobreza do que da riqueza. Foi professora de primeiras letras e colaboradora de jornais literários, publicando poesias, ficção e crônicas. Ao se aposentar, no início da década de 1880, funda a primeira escola mista gratuita do estado do Maranhão. Essa iniciativa causou escândalo no povoado de Maçaricó, e a escola foi fechada.

Maria Firmina também é autora de um Hino da Abolição da Escravatura. Ela é responsável por fundar a primeira escola mista do Brasil e gratuita do Maranhão, na cidade de Maçaricó, que foi fechada pouco tempo depois por ter chocado a população por misturar meninos e meninas numa mesma sala de aula.

Maria morre aos 92 anos, na cidade de Guimarães, no dia 11 de novembro de 1917. Teve uma vida dedicada a ler e escrever, descortinando, assim, novos horizontes para as mulheres negras brasileiras.

Em 1975, Maria recebe uma homenagem de José Nascimento Morais Filho que publica a primeira biografia da escritora, Maria Firmina: fragmentos de uma vida.

Sua obra só começou a ganhar algum destaque a partir de 1973, após ter sido “descoberta” por Nascimento Morais Filho. A partir de então, alguns estudiosos tem se dedicado a pesquisar sobre esta autora pioneira.

(Fonte: http://www.palmares.gov.br – Personalidade Negra – Maria Firmina dos Reis/ Por Juliana Silva – 19 / setembro / 2014)

(Fonte: http://nordestebrasileiro.tumblr.com – Úrsula – Maria Firmina dos Reis)

(Fonte: http://antigo.acordacultura.org.br – A COR DA CULTURA – HERÓIS DE TODO MUNDO)

INFORMAÇÕES RELACIONADAS

Úrsula (romance): 1859: Tipografia Progresso;
Gupeva (romance): 1861/62: publicado em O jardim dos maranhenses e, em 1863, no jornal Porto Livre e no jornal Eco da Juventude, e transcrito em José Nascimento Morais Filho, Maria Firmina – Fragmentos de uma vida, Imprensa do Governo do Maranhão, 1975;
“A Escrava” (conto): 1887: Revista Maranhense, nº 3. Republicada em José Nascimento Morais Filho “Maria Firmina – Fragmentos de uma vida, Imprensa do Governo do Maranhão, 1975;
Contos à beira-mar (poesias): 1871: Typografia do País (no Maranhão); 2ª edição por José Nascimento Morais Filho, Rio de Janeiro, Granada, 1976;
Hino de libertação dos escravos: 1888;
Participou da antologia poética Parnaso Maranhense;
Publicou poemas nos jornais literários: i. A Imprensa; ii. Publicador Maranhense; iii. A Verdadeira Marmota; iv. Almanaque de Lembranças Brasileiras; v. Eco da Juventude; vi. Semanário Maranhense; vii. O Jardim dos Maranhenses; viii. Porto Livre; ix. O Domingo; x. O País; xi. A Revista Maranhense; xii. Diário do Maranhão; xiii. Pacotilha; xiv. Federalista.
Composições musicais: i. Auto de Bumba meu boi (letra e música); ii. Valsa (letra); iii. Hino à mocidade (letra e música); iv. Hino à liberdade dos escravos (letra e música); v. Rosinha (valsa – letra e música); vi. Pastor estrela do Oriente (letra e música); vii. Canto de recordação (à Praia de Cumã) (letra e música).

Wikipedia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Maria_Firmina_dos_Reis. Data da pesquisa: 14/7/2013.
Editora Mulheres: http://www.editoramulheres.com.br/ursulaposfacio.htm. Data da pesquisa: 14/7/2013.
Jornal Pequeno: http://blog.jornalpequeno.com.br/dinacycorrea/2013/04/maria-firmina-dos-reis-poetisa-escritora-e-educadora-maranhense/. Data da pesquisa: 14/7/2013.

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