Conheça a história da literatura no Brasil e em Portugal

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Literatura

Linha do tempo mostra paralelos entre autores de Brasil e Portugal

Conheça a história da literatura no Brasil e em Portugal

Apresentamos a seguir características e personagens importantes da história da literatura brasileira e portuguesa. Esse recorte foi feito de modo a mostrar as relações entre os movimentos literários nos dois países.

Trovadorismo em Portugal

Ficou conhecido como a primeira expressão da literatura em Portugal. Acredita-se que tenha surgido em 1189 ou 1198.

O estilo ganhou destaque com suas cantigas musicadas de amor, amigo, escárnio ou maldizer.

Uma das mais famosas foi a “Cantiga da Ribeirinha” (ou “Cantiga da Guarvaia”), do trovador Paay Soárez de Taveyrós.

Entre os principais trovadores podemos citar: João Soares Paiva, dom Dinis, João Garcia de Guilhade e Martim Codax.

1418 – HUMANISMO EM PORTUGAL

Foi marcado pela transição entre Idade Média e Idade Moderna, caracterizada pelo crescimento das cidades e o enfraquecimento do feudalismo.

Durante essa mudança o teocentrismo foi abandonado em busca de valores relacionados às próprias possibilidades de desenvolvimento.

O autor de maior destaque no movimento humanista foi Gil Vicente, que escreveu 44 peças, entre elas “A Farsa de Inês Pereira” (1523) e “Barca do Inferno” (1517).

1500 – Quinhentismo

Foi caracterizado por textos informativos. A anedota, a aventura e a fantasia se misturavam, em geral, com informações sobre a terra e os acontecimentos históricos, gerando narrativas em que o leitor se envolve com a história.

Como principais autores e obras temos: Pero Vaz de Caminha – “Carta de achamento do Brasil” (1500); Pero Lopes de Sousa – “Diário da Navegação da Armada que foi à terra do Brasil” (1530) e Gabriel Soares de Sousa – “Tratado descritivo do Brasil” (1587).

1527
Renascimento ou Classicismo em Portugal

O movimento renascentista fez ressurgir o interesse da Europa pela cultura e pelos valores da Antiguidade clássica. Essa corrente de pensamento colocava o homem como centro do universo (antropocentrismo), em oposição à cultura medieval, teocêntrica.

Os sonetos líricos de Luiz Vaz Camões (imagem) e a sua epopeia “Os Lusíadas” foram obras marcantes no período.

1580
Barroco em Portugal

É caracterizado pela oposição entre razão e fé num período em que crises econômicas e lutas religiosas faziam parte do contexto histórico. O conflito existencial de valores renascentistas também foi marcante durante o movimento, que adotava muitas antíteses e hipérboles em suas obras.

Um dos ícones do estilo foi o Padre Antônio Vieira, que nasceu em Portugal, mas mudou para o Brasil ainda criança. Ele escreveu 200 sermões – entre eles o “Sermão da Sexagésima”.

1601

Barroco no Brasil

O marco inicial no Brasil foi a publicação do poema épico “Prosopopeia”, de Bento Teixeira, em 1601.

Seguindo o modelo português, o período foi fundamentado na tentativa de unir valores opostos. Uma das principais características do estilo é o rebuscamento da linguagem, com figuras de estilo como a metáfora, a alegoria, a hipérbole e a antítese.

Gregório de Matos foi um dos principais autores do Barroco com suas obras poéticas.

1756
Arcadismo em Portugal

O movimento buscou referências e inspiração na estética da antiguidade clássica.

O idealismo, a simplicidade e o uso de pseudônimos pastoris foram características marcantes do arcadismo.

Como importante representante, o estilo trouxe Manuel Maria Barbosa du Bocage, poeta árcade precursor do Romantismo.

1768
Arcadismo no Brasil

Desenvolveu-se junto ao ciclo do ouro, em Minas Gerais. No âmbito das ideias e da literatura, o iluminismo, que valorizava a razão, deixou suas influências.

Outra característica do estilo foi a valorização da natureza, que refletia o primeiro desencanto da humanidade com a civilização urbana.

Autores: Cláudio Manuel da Costa; Tomás Antônio Gonzaga – “Marília de Dirceu” (1792); Basílio da Gama – “O Uruguai” (1769).

1825
Romantismo em Portugal

Gerado sob o impacto das revoluções Industrial e Francesa, o romantismo surgiu na Alemanha, França e Inglaterra, num momento histórico em que as classes sociais se definiram. Na ocasião, a sociedade se reorganizava e as classes sociais criavam ou redefiniam suas visões da existência e do mundo. Com o passar do tempo, foi se espalhando pelo continente.

No movimento, Almeida Garret (foto) e Camilo Castelo Branco destacam-se com suas obras “Viagens na Minha Terra” (1846) e “Amor de Perdição” (1862).

1836
Romantismo no Brasil

Surge alguns anos depois da Independência do Brasil. Era um momento em que o país procurava afirmar sua identidade baseado em suas raízes indígenas ou sertanejas. Uma das características do estilo foi o de “abrasileirar” a língua portuguesa. O indianismo e o regionalismo ganharam destaque.

Principais autores: Gonçalves de Magalhães – “Suspiros Poéticos e Saudades” (1836); José de Alencar – “Til” (1872), “Senhora” (1875); Gonçalves Dias – “Canção do Exílio”.

1865
Naturalismo em Portugal

A escola naturalista marcou principalmente a prosa de ficção, na qual o melhor representante na literatura universal foi o francês Émile Zola. A adoção de teorias científicas para explicar os males da sociedade, estilo de escrita franca e o uso do romance de tese foram as principais características do movimento.

Um dos nomes importantes do Naturalismo foi Antero de Quental, com “Odes Modernas” (1865) e “Sonetos Completos” (1886).

1865
Realismo em Portugal

O realismo procurava mostrar a vida como ela era. Uma obra que não pode deixar de ser citada é o romance “Madame Bovary” (1857), de Gustave Flaubert, que critica com ironia a hipocrisia da educação sentimental burguesa. A partir daí a obra literária tornou-se um instrumento de denúncia e crítica social.

Um dos mais importantes poetas do período em Portugal foi Eça de Queirós, consagrado por obras como “O Crime do Padre Amaro” (1875) e “A cidade e as serras” (1901).

1881
Naturalismo no Brasil

Desenvolveu-se paralelamente ao movimento realista, sendo influenciado pelo desenvolvimento das ideias científicas na época. Ele tentava explicar de forma materialista ou científica os fenômenos da vida e do comportamento humano, ou seja, buscava as explicações dos fatos sociais e pessoais por meio do determinismo, das relações de causa e efeito das ciências.

Principais autores: Inglês de Sousa – “O Missionário” (1888); Aluísio Azevedo – “O Cortiço” (1890); Adolfo Caminha – “Bom Crioulo” (1895).

1881
Realismo no Brasil

O realismo foi uma reação ao idealismo da literatura romântica. Uma de suas características foi despir a ficção da fantasia. Para isso, deslocavam o olhar do mundo dos ricos para o mundo dos pobres. Ou ainda, quando fixam o universo burguês, deixam de lado as aparências para procurar as essências, desmistificando as hipocrisias da sociedade.

Principais autores: Manuel Antônio de Almeida – “Memórias de um sargento de milícias” (1854); Machado de Assis – “Memórias póstumas de Brás Cubas” (1881) e Aluízio Azevedo – “O Mulato” (1881).

1881
Parnasianismo no Brasil

Originalmente um movimento literário francês, o estilo parnasiano abandonava o subjetivismo e se preocupava com a forma da poesia.

Os parnasianos defendiam que o uso de formas poéticas fixas e a correção gramatical não excluíam a beleza e o vigor poéticos. No Brasil, sua origem pode ser encontrada na poesia científica e na poesia socialista. Entre os artistas mais importantes estão Olavo Bilac, Manuel Bandeira e Vicente de Carvalho.

1890
Simbolismo em Portugal

O estilo apareceu como reação ao naturalismo e ao realismo. Os simbolistas reivindicavam uma expressão que privilegiasse os estados da alma e das subjetividades humanas, contra uma lógica materialista e científica até então fortemente realçada pelo Positivismo. Segundo o portal do Instituto Camões, Eugénio de Castro foi o introdutor do movimento com “Oaristos” (1890), porém foi Camilo Pessanha quem representou a tendência simbolista em Portugal, assim Venceslau de Morais.

1893
Simbolismo no Brasil

O movimento surgiu num período marcado por conflitos políticos e sociais. O Brasil encontrava-se em transição do regime escravocrata para o assalariado. Assim, o simbolismo literário ganhou características muito particulares, acentuadas por escritores que se ocuparam em defender as causas das liberdades civis. Cruz e Souza, um dos principais poetas do movimento, defendia uma estética simbolista apoiada no subjetivismo e na angústia. Outro autor importante, Alphonsus de Guimaraens escrevia sobre três temas: o amor, a morte e a religiosidade.

1900
Pré-modernismo no Brasil

É o período literário brasileiro que vai do início do século 20 à Semana de Arte Moderna. Paralelo ao estilo, outras correntes coexistiam no país, como o parnasianismo e o simbolismo.

Uma das características mais importantes do período é a tendência nacionalista/regionalista. Entre seus principais autores estão: Euclides da Cunha – “Os Sertões” (1902); Augusto dos Anjos – “Eu” e Lima Barreto – “Triste fim de Policarpo Quaresma” (1915).

1915 — 1970
Modernismo em Portugal

O modernismo português se desenvolveu até 1970. Tratou-se de um período amplo, no qual três vertentes foram muito importantes: o Orfismo, o Presencismo e o Neorrealismo.

Seu marco inicial foi a publicação da revista “Orpheu”, em 1915, influenciada pelas grandes correntes estéticas europeias, como o Futurismo e o Expressionismo.

Sá Carneiro e Fernando Pessoa, com seus heterônimos, foram dois dos principais poetas do movimento.

1922
Modernismo no Brasil

Seu marco no Brasil foi a Semana de Arte Moderna, em 1922. Como características gerais do movimento estão: o uso de novas técnicas de escrita, a liberdade de expressão e originalidade. O estilo durou até a década de 60.

Entre os principais autores estão Mário de Andrade – “Macunaíma”; Graciliano Ramos – “Vidas Secas” (1938); Drummond de Andrade – “O sentimento do mundo” (1940) e Guimarães Rosa – “Grande sertão veredas” (1956).

(Fonte: http://educacao.uol.com.br/infograficos/2013/11/14/linha-do-tempo-da-literatura-no-brasil – EDUCAÇÃO/ Por Bruna Souza Cruz – 14/11/2013)
Bibliografia – “Literatura Brasileira”, de José de Nicola, editora Scipione

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