Chuck Blazer, ex-secretário-geral da Concacaf, principal delator de escândalo de corrupção da Fifa

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Chuck Blazer, delator do escândalo de corrupção da Fifa

Chuck Blazer, ex-secretário-geral da Concacaf – (Foto: Arnd Wiegmann / REUTERS)

Ex-secretário-geral da Concacaf tornou-se informante da Justiça dos EUA

Chuck Blazer (Nova York em 26 de abril de 1945 – 12 de julho de 2017), ex-secretário-geral norte-americano da Concacaf, e ex-dirigente da Fifa, que se tornou uma testemunha chave, e principal delator de escândalo de corrupção que sacudiu a Federação Internacional de Futebol (Fifa).

Blazer foi uma figura central na queda do então presidente da Fifa, Joseph Blatter, após acertar sua colaboração com a Justiça dos Estados Unidos. Antigo aliado de Blatter, Blazer “teve um papel-chave nas atividades de oferta, aceitação, pagamento e recepção de pagamentos dissimulados e ilegais, subornos e comissões”, revelou em 2015 a Comissão de Ética da Fifa.

 

Chuck Blazer e Joseph Blatter da FIFA. (Foto de Frank May / EPA)

 

O norte-americano ficou reconhecido como um dos maiores delatores na investigação do FBI (a Polícia Federal dos Estados Unidos) e por sua excentricidade. Ele é ex-integrante do Comitê Executivo da Fifa e foi um dos dirigentes mais influentes do futebol de seu país. Chuck assinou uma confissão de 40 páginas na qual admitiu ter recebido suborno nas Copas de 1998 e 2010. Apesar do largo currículo de contraventor, os advogados ouvidos pelo “New York Times” ressaltaram o papel do dirigente na evolução do futebol nos Estados Unidos.

Conhecido como “Senhor 10%”, Blazer foi um dos principais delatores do escândalo de corrupção da Fifa, levando à prisão de vários dirigentes esportivos desde 2015.

Blazer assumiu perante a Justiça dos EUA, em novembro de 2013, que era culpado por crimes de lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e corrupção. Desde então, o ex-secretário-geral da Concacaf passou a atuar como informante do FBI na investigação sobre pagamento de propinas a dirigentes esportivos para escolha de sedes da Copa do Mundo e pelos direitos de transmissão de campeonatos da Fifa.

O apelido “Senhor 10%” remete justamente aos subornos cobrados por Blazer no tempo em que atuava como uma das principais figuras da Concacaf, a Confederação das Américas Central, do Norte e Caribe.

 

O ex-dirigente da Fifa Chuck Blazer, que colaborou com investigações de corrupções na Fifa (Foto: Bernd Kammerer/ Associated Press)

 

O dirigente gravou para o FBI conversas comprometedoras com diversos dirigentes da Fifa durante os Jogos Olímpicos de Londres-2012.

A delação de Blazer contribuiu para o documento divulgado pelo FBI em junho de 2015, com acusações direcionadas a diversos dirigentes de alto escalão — incluindo o ex-presidente da CBF José Maria Marin, preso na Suíça e enviado para regime de prisão domiciliar nos EUA.

As informações repassadas por Blazer impactaram diretamente a gestão de Joseph Blatter na Fifa. Mesmo reeleito para o comando da entidade em 2015, já após o escândalo vir à tona, Blatter decidiu renunciar e convocar novas eleições.

Nascido em Nova York em abril de 1945, Blazer foi membro do Comitê Executivo da Fifa por 17 anos, de 1996 até 2013, ano em que firmou seu acordo com a Justiça dos EUA. Na Concacaf, ele ocupou o posto de secretário-geral por mais de duas décadas: de 1990 a 2011.

A confissão de Blazer lhe rendeu imunidade judicial e evitou uma pena que poderia chegar a 75 anos de prisão. Ele era alvo de dez acusações pelo FBI e devolveu US$ 11 milhões em impostos não pagos à Justiça norte-americana. O ex-cartola também foi banido do futebol em 2015, pouco depois da eclosão da crise na Fifa. Ele viveu os últimos anos lutando contra sua doença.

Em seus 30 anos de vida como dirigente no futebol, Blazer ganhou fama de excêntrico. Dentre os episódios e fatos curiosos sobre sua vida, estão a alcunha de “senhor dez por cento”, em referência às propinas que sempre pedia, o apartamento que mantinha na luxuosa “Trump Tower” – onde o ex-presidente da CBF, José Maria Marin, cumpre prisão domiciliar – apenas para os seus dois gatos, e encontro com várias personalidades, como Nelson Mandela, o Papa João Paulo II, e a Rainha da Inglaterra.

Chuck Blazer faleceu em 12 de julho de 2017, aos 72 anos. Blazer lutava contra um câncer no reto e outras enfermidades há dois anos e residia em Nova York.

(Fonte: https://oglobo.globo.com/esportes – ESPORTES/ POR O GLOBO, COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS – 13/07/2017)

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/esporte/2017/07 – ESPORTE – CORRUPÇÃO NO FUTEBOL/ DA FRANCE PRESSE – 13/07/2017)

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