Charles Bukowski, escritor de técnica ficcional incomum, foi um monumento da contracultura americana

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Escritor maldito e extremamente talentoso que foi uma lenda viva de seu tempo

Charles Bukowski

Charles Bukowski

 

Henry Charles Bukowski (Andernach, Alemanha, 16 de agosto de 1920 – Los Angeles, Califórnia, 9 de março de 1994), escritor de técnica ficcional incomum. Autor de prosa delirante, cínica, corrosiva e irreverente, um monumento da contracultura americana

Sua vida é francamente errante. Fez de tudo, ou quase tudo: foi carregador de frigorífico, carteiro e lutador de boxe e, nos frequentes intervalos de desemprego, jamais enjeitou biscates para manter-se à tona.

Suas aventuras sempre foram regadas a álcool, muito álcool, e uma bebedeira desenfreada que certa vez o deixou à beira da morte num hospital.

Irreverente e debochado, cultivava um invencível horror à burocracia e aos valores estabelecidos, e sua prosa era povoada de paixões enlouquecedoras, taras inomináveis, vícios e desenganos.

Seu texto, construído com frases curtas, nervosas, juncadas de palavrões e coloquialismos, começou a aparecer em revistas e jornais underground, onde seu estilo seco, cínico e brutal foi logo conquistando uma legião de admiradores, dentro e fora dos Estados Unidos.

Bukowski expôs em seus livros o universo dos alcoólatras, drogados, marginais e prostitutas. Sua inspiração era em boa parte autobiográfica. Cartas na Rua, (Post Office, EUA, 1971), a primeira novela nascida de sua pena, seguida de Crônica de um Amor Louco e Notas de um Velho Safado, seus livros mais conhecidos, estão repletos de histórias pessoais dos tempos em que trabalhou como carregador e gigolô. Era alcoólatra assumido.

Cartas na Rua foi inspirado na longa temporada de catorze anos em que Bukowski ganhou a vida como carteiro, o romance amarra-se em torno do impagável Henry Chinaski, alter-ego literário do escritor, uma figura presente em quase toda a sua obra.

Chinaski, como é usual em Bukowski, movimenta-se num universo caótico e delirante onde as mulheres se esgueiram por ruas mal-iluminadas e inferninhos, com meias de náilon desfiadas, rostos borrados de maquiagem barata e são, em geral, tão ávidas por uísque, cerveja, vinho e sexo quanto o próprio Bukowski.

 

AFINIDADES LITERÁRIAS – Toda a obra de Bukowski é dotada de um profundo tom autobiográfico, a ponto de seus romances serem invariavelmente escritos na primeira pessoa do singular e o horizonte focalizado é quase sempre a parte baixa e sórdida de Los Angeles, onde morou desde os 2 anos, vindo de Andernach, na Alemanha, onde nasceu em agosto de 1920. Não é de estranhar, assim, que o perfil mais revelador de Bukowski se filtre exatamente de seus romances.

Charles Bukowski faleceu em 9 de março de 1994, de leucemia, em San Diego, Los Angeles.

(Fonte: Veja, 5 de outubro de 1983 – Edição 787 – LIVROS/ PAULO LEMINSKI – Pág: 125/127)

(Fonte: Veja, 16 de março de 1994 – ANO 27 – Nº 11 – Edição 1331 – DATAS – Pág: 93)

 

 

 

 

Morre, em 9 de março de 1994, aos 73 anos, o escritor teuto-americano Charles Bukowski, autor de Mulheres.

(Fonte: Zero Hora – ANO 51 – Nº 18.044 – HOJE NA HISTÓRIA – 9 de março de 2015 – Pág: 36)

 

 

 

 

 

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