Cauby Peixoto, foi um dos maiores cantores brasileiros, provido de uma voz imponente que remetia à era de ouro do rádio

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Uma das maiores vozes da música brasileira

Cauby Peixoto durante apresentação em São Paulo em junho de 1989 (Foto: Leonardo Castro/Estadão Conteúdo/Arquivo)

Cauby Peixoto durante apresentação em São Paulo em junho de 1989 (Foto: Leonardo Castro/Estadão Conteúdo/Arquivo)

Cauby Peixoto (Niterói, Rio de Janeiro, 10 fevereiro de 1931 – São Paulo, 15 de maio de 2016), foi um dos maiores cantores brasileiros, provido de uma voz imponente que remetia à era de ouro do rádio. O intérprete do clássico “Conceição” tinha 65 anos de carreira e nunca se casou ou teve filhos. Foi um dos grandes nomes da chamada “era de ouro do rádio” no Brasil.

Cauby Peixoto Barros nasceu em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro, em 10 fevereiro de 1931. Cresceu numa família de artistas. Trabalhou no comércio até começar a participar de programas de calouros no rádio, no fim da década de 40.

No início da década de 1950, ele se apresentou em programas de talentos como a Hora dos Comerciários, na Rádio Tupi. Gravou o primeiro disco pelo selo Carnaval em 1951 com o samba Saia branca, de Geraldo Medeiros (1917-1978) e a marcha Ai, que carestia!, de Victor Simon (1916-2005) e Liz Monteiro.

Gravou seu primeiro disco em 1951, mas começou mesmo a chamar a atenção quando conheceu Edson Collaço Veras, o Di Veras, em 1954. O empresário, que morreu em 2005, foi responsável pelo marketing da carreira do cantor e inventou noivados e histórias que fizessem com que ele não saísse das páginas dos jornais, além de bolar os trajes, o repertório e maneira de Cauby agir perante o público.

Em 1952, transferiu-se para São Paulo, onde cantou nos bares Oásis e Arpége, além de se apresentar na Rádio Excelsior. Não demorou muito para Cauby se transformar em ídolo do rádio. Entrou para o elenco da Rádio Nacional e dois anos depois já era o cantor mais famoso do rádio, passando a ser perseguido pelas fãs em qualquer lugar onde estivesse.

Em 1953, gravou dois discos pelo selo Todamérica, com os sambas-canção “Tudo lembra você”, de Marvel, Strachey, Link e Mário Donato; “O teu beijo”, de Sílvio Donato, e “Ando sozinho”, de R. G. de Melo Pinto e Hélio Ramos, além da toada-baião “Aula de amor”, de Poly e José Caravaggi, com acompanhamento de Poly e seu conjunto.

Cauby Peixoto gesticula durante entrevista em fevereiro de 1988, em São Paulo (Foto: Epitácio Pessoa/Estadão Conteúdo/Arquivo)

Cauby Peixoto gesticula durante entrevista em fevereiro de 1988, em São Paulo (Foto: Epitácio Pessoa/Estadão Conteúdo/Arquivo)

Ainda naquele ano, assinou contrato com a gravadora Columbia, na qual estreou no ano seguinte com o samba “Palácio de Pobre”, de Alfredo Borba e José Saccomani, e a marcha “Criado mudo”, de Alfredo Borba. Em seguida, fez sucesso com o slow-fox “Blue gardênia”, de B. Russel e L. Lee, com versão de Antônio Carlos, música tema do filme de Hollywood de igual título, que lhe abriu as portas para o estrelato.

Não demorou muito para o cantor se transformar em ídolo do rádio. Entrou para o elenco da Rádio Nacional e dois anos depois, já era o cantor mais famoso do rádio, substituindo o fenômeno Orlando Silva de 20 anos antes e passando a ser perseguido pelas fãs em qualquer lugar onde estivesse.

O cantor gravou inúmeros álbuns e angariou milhões de fãs pelo Brasil durante a sua longa carreira na música, tendo feito digressões pelo exterior, nomeadamente nos Estados Unidos.

Conhecido por emprestar sua voz aveludada a sucessos como “Conceição”, de Jair Amorim e Dunga, e “Blue Gardenia”, de B. Russel e L. Lee, Cauby foi um dos intérpretes mais homenageados e influentes da MPB.

Ao longo de suas mais de seis décadas de carreira, compositores como Tom Jobim, Roberto e Erasmo Carlos, Caetano Veloso e Chico Buarque emprestaram canções para brilhar na voz de Cauby.
Cauby Peixoto em show de Robero Carlos Especial (Foto: CEDOC / Globo)

Cauby Peixoto em show de Robero Carlos Especial (Foto: CEDOC / Globo)

 

Muitas vezes, chegava a ter suas roupas rasgadas pelas admiradoras mais veementes. Ainda em 1954, gravou também os sambas-canção “Só desejo você”, de Di Veras e Osmar Campos Filho, e “Triste melodia”, de Chocolate e Di Veras, e a marcha “Daqui para a eternidade”, de R. Wells, F. Karger e Lourival Faissal.

Em 1955, lançou “Blue gardênia”, seu primeiro LP no qual interpretou entre outras, a música título; “Triste melodia”, de Di Veras e Chocolate; “Um sorriso e um olhar”, de Di Veras e Carlos Lima; “Sem porém nem porque”, de Renato César e Nazareno de Brito e “Final de amor”, de Cidinho e Haroldo Barbosa.

Ainda em 1955, foi escolhido pelo crítico Silvio Túlio Cardoso, da coluna “Discos populares” no jornal “O Globo”, como o “melhor cantor do ano” recebendo como prêmio um “disco de ouro”, que foi entregue em cerimônia no Golden Room do Copacabana Palace.

Os cantores Cauby Peixoto e Ângela Maria posam para foto na capital paulista em junho de 1986 (Foto: Juvenal Pereira/Estadão Conteúdo/Arquivo)

Os cantores Cauby Peixoto e Ângela Maria posam para foto na capital paulista em junho de 1986 (Foto: Juvenal Pereira/Estadão Conteúdo/Arquivo)

 

Em seu currículo constam a gravação de mais de uma centena de registros, entre CDs, LPs e compactos, desde o primeiro “Saia branca/Ai que Carestia”, lançado em 1951, até o mais recente “Minha Serenata”, de 2013.

Pioneiro na gravação de rocks no Brasil, Cauby também obteve sucesso em carreira internacional. Em meados dos anos 50, causou burburinho com uma série de shows nos Estados Unidos quando cantava uma versão em inglês de “Maracangalha”, de Dorival Caymmi, rebatizada de “I Go”. Nesse época, revistas americanas como “Time” e “Life” chegaram a descrevê-lo como “o Elvis Presley brasileiro”.

Foram 49 álbuns lançados e dezenas de sucessos, entre originais e reinterpretações, como “Conceição”, “Blue Gardênia”, “A pérola e o rubi”, “Tarde fria”, “Lábios que eu beijei”, “Solidão”, “A noiva”, “Molambo”, “É tão sublime o amor”, “Bastidores”, de Chico Buarque, e “New York, New York”, famosa na voz de Frank Sinatra.

 

Cauby Peixoto (Foto: CEDOC / Globo)

Cauby Peixoto (Foto: CEDOC / Globo)

 

Cauby também conquistou fama internacional. Em 1959 chegou a ser chamado de ‘Elvis Presley brasileiro’ pela revista “Time” e gravou um álbum em inglês, com nome artístico de Ron Coby. Sua música “Blue gardênia” foi tema do filme de Hollywood de igual título, que lhe abriu as portas para o estrelato. Ele também ficou conhecido na Itália, onde venceu, em 1970, o Festival de San Remo com a canção “Zíngara”.

Em 1964, abriu a famosa boate Drink, no Leme, em Copacabana, ao lado dos irmãos Moacyr, pianista; Arakén, trompetista; e Andyara, cantora; apresentando-se em seu palco por quatro anos.

Sua grande parceira de palco foi sua amiga Ângela Maria, com quem gravou três discos, “Ângela e Cauby”, “Ângela e Cauby ao vivo”, e “Reencontro”.

Cauby Peixoto (Foto: CEDOC / Globo)

Cauby Peixoto (Foto: CEDOC / Globo)

 

Em 1995, Cauby  gravou pela Som Livre o CD “Cauby canta Sinatra” ao lado de grandes nomes da MPB como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Zizi Possi, e de uma estrela internacional, Dionne Warwick, interpretando clássicos da carreira do cantor norte americano.

Em 1980, Cauby grava o LP “Cauby! Cauby!”, em comemoração aos seus 25 anos de carreira. No disco, destaque para a gravação de “Bastidores”, de Chico Buarque e “Loucura”, de Joanna e Sarah Benchimol. A música título do disco foi composta especialmente para ele por Caetano Veloso e a partir de então, voltou a receber convites para se apresentar em palcos de maior prestígio.
Cauby, o mito

Ao completar 80 anos de vida e 60 de carreira, Cauby lançou seu último trabalho: um box comemorativo intitulado “Cauby, o Mito” com 3 CD’s, sendo um com músicas dos Beatles (“Caubeatles”) o segundo em conjunto com o violonista Ronaldo Rayol (“A Voz do Violão”” e o terceiro, “Cauby ao Vivo – 60 anos de música”, com registros de show captado nos dias 9 e 10 de abril/2011 ao lado de convidados como Ângela Maria, Fafá de Belém, Agnaldo Rayol, Emílio Santiago, Agnaldo Timoteo e Vânia Bastos.

Na última década, Cauby chegou aos 80 anos cantando. Mesmo com a saúde debilitada – ele chegou a colocar seis pontes de safena em uma cirurgia, em 2000 -, o cantor se apresentava sentado e chegou a fazer uma longa temporada de shows no Bar Brahma, em São Paulo.

Cauby Peixoto com Ângela Maria em show no dia 31 de março de 2016 (Foto: ROBERTO FILHO/BRAZIL NEWS)

Cauby Peixoto com Ângela Maria em show no dia 31 de março de 2016 (Foto: ROBERTO FILHO/BRAZIL NEWS)

 

Cauby Peixoto morreu em 15 de maio de 2016, aos 85 anos, em São Paulo. Ele estava internado desde o dia 9 de maio no Hospital Sancta Maggiore, no Itaim Bibi, na zona sul de São Paulo.

Cauby estava em turnê pelo Brasil com o show “120 Anos de Música”, ao lado da cantora Ângela Maria, onde cantavam músicas que marcaram as trajetórias de ambos, como “Vida de Bailarina” e “Bastidores”. Eles se apresentariam na Virada Cultural, no sábado (21), no Sesc Santo Amaro.

Ângela Maria e Cauby Peixoto (Foto: Divulgação/Assessoria)

Ângela Maria e Cauby Peixoto (Foto: Divulgação/Assessoria)

A última apresentação do cantor foi no dia 3 de maio, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. No dia 9, ele desmarcou um show em Vila Velha, no Espírito Santo, e foi internado.

(Fonte: http://musica.uol.com.br/noticias/redacao/2016/05/16 – ENTRETENIMENTO – MÚSICA – Do UOL, em São Paulo – 16/05/2016)

(Fonte: http://ego.globo.com/musica/noticia/2016/05 – MÚSICA – NOTICIA/ Thaís Sant’Anna Do EGO, em São Paulo – 16/05/2016)

(Fonte: http://musica.terra.com.br – MÚSICA – 16 MAIO 2016)

(Fonte: http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2016/05 – NOTICIA – MÚSICA – Do G1, em São Paulo – 16/05/2016)

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