Cassiano, grande expoente da soul music dos anos 70, tinha músicas gravadas por artistas como Marisa Monte e Djavan

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Cantor e compositor, era ícone do soul brasileiro

 

Músico paraibano era autor do hit ‘Primavera’

 

Compositor da música Primavera, de Tim Maia

Cassiano (Campina Grande (PB), em 16 de setembro de 1943 – Marechal Hermes, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, 7 de maio de 2021), cantor e compositor, autor do sucesso “Primavera (vai chuva)”, eternizado na voz de Tim Maia. Ele foi criador de um estilo vocal conhecido como Brazilian Soul, mas Cassiano gravou poucos discos como cantor.

 

A importância de Cassiano no chamado soul brasileiro vem de seu pioneirismo.

 

Cassiano compôs diversos sucessos da música brasileira, os principais gravados pelo Tim Maia, como “Primavera” e “Eu amo você”. Suas músicas também foram gravadas por Marisa Monte, Djavan, Ivete Sangalo.

Entre seus maiores sucessos estão “A lua e eu”, da trilha sonora da novela O Grito (TV Globo, 1975 / 1976) e “Coleção” que virou sucesso nacional ao ser propagada em 1977 na trilha de outra novela da TV Globo, Locomotivas.

Genival Cassiano dos Santos nasceu em 16 de setembro de 1943 em Campina Grande (PB), mas mudou-se com a família aos seis anos de idade para o Rio de Janeiro, onde chegou a trabalhar como ajudante de pedreiro.
Muito jovem, trabalhou na construção civil, mas dedilhava o violão. Formou em 1964 o Bossa Trio, que, apesar do nome, ia além da bossa nova, misturando ao som o jazz e o então incipiente soul americano.
Cassiano, o irmão Camarão e o amigo Amaro fundaram Os Diagonais, uma célula de soul que começou a atrair a atenção -principalmente de outros artistas. Aí Tim Maia entrou na história.
Voltando de um período nos Estados Unidos, ele descobriu em Cassiano outro fã de Marvin Gaye, Otis Redding e Stevie Wonder. Tim, Os Diagonais e Hyldon, baiano que tentava a sorte no Rio, foram fundamentais a partir do final da década de 1960 para a criação de uma cena de black music carioca.
Adotando profissionalmente apenas o nome de Cassiano, começou tocar violão aos 21 anos no Bossa Trio, que daria origem ao grupo vocal Os Diagonais, ao lado de seu irmão Camarão e de Hyldon, outra lenda do soul nacional.

Grande expoente da soul music brasileira dos anos 70, Cassiano, batizado Genival Cassiano dos Santos, foi da Paraíba para o Rio de Janeiro em 1960, depois de aprender os primeiros acordes com o pai, que tocava bandolim e violão.

 

O trio de Cassiano lançou dois discos, “Os Diagonais”, de 1969, e “Cada Um na Sua”, de 1971, mas foi o álbum de estreia de Tim seu grande cartão de visita para o público.

Dentre seus maiores sucessos, alguns gravados por Tim Maia, estavam Primavera, A Lua e Eu, Coleção e Eu Amo Você. Ele tinha músicas também gravadas por artistas como Marisa Monte e Djavan. Alcione cantou Mister Samba e Gilberto Gil, Morena.

 

Tim Maia gravaria seu disco de estreia, de 1970, tendo a formação como banda de apoio. A música que abre o LP e um dos primeiros sucessos de Tim, “Coroné Antônio Bento” (João do Vale e Luiz Wanderley), já era cantada nos shows dos Diagonais com a levada rítmica registrada no disco.

 

Foi justamente na voz do Síndico que as duas composições mais conhecidas de Cassiano estouraram: “Primavera” e “Eu amo você”. Exímio guitarrista, ele também escreveu músicas gravadas por outros ícones da MPB, de Alcione (”Mister sambs”) a Gilberto Gil (”Morena”).

 

São quatro músicas de Cassiano no disco “Tim Maia”, de 1970: “Você Fingiu”, “Padre Cícero”, essa em parceria com Tim, “Eu Amo Você” e “Primavera (Vai Chuva)”, ambas escritas com Silvio Rochael e grandes sucessos nas rádios.

 

A repercussão de “Tim Mais” trouxe a Cassiano a chance do primeiro álbum solo, “Imagem e Som”, em 1971. Estão nele a versão do autor para “Primavera (Vai Chuva)” e duas parcerias com Tim, “Tenho Dito”e “Ela Mandou Esperar”.

 

Nas décadas seguintes, esse disco foi ganhando seu reconhecimento como uma sofisticada mistura de bossa, samba, soul e funk, mas não teve na época do lançamento uma grande repercussão. Faltava, além da conhecida “Primavera (Vai Chuva)”, outra faixa com cara de hit radiofônico.

 

Veio então “Apresentamos Nosso Cassiano”, em 1973, e a carreira ainda não decolou. Produzido por Pedrinho da Luz, então guitarrista da bem-sucedida banda The Fevers, as canções de Cassiano ganharam um verniz pop.

 

Mas há momentos de quase psicodelia e um eco de rock progressivo, em formato muito distante da canção fácil de assobiar. Tocar no rádio, que era bom, nada.

 

A partir de 1975, Cassiano explodiu em todo o país com dois singles consecutivos que grudaram nos ouvidos: “A Lua e Eu” e “Coleção”. Duas baladas soul compostas em parceria com Paulo Zdanowski, são irretocáveis, perfeitas no gênero.

 

O sucesso delas foi turbinado por um empurrão importante na época: a inclusão em trilha de novela global. “A Lua e Eu” entrou em “O Grito”, e “Coleção” foi usada em “Locomotivas”.

 

Com essas duas músicas no repertório, o álbum “Cuban Soul”, de 1976, se tornou o disco referência de seu trabalho, ainda hoje disputado em sebos por preços bem salgados. Mas mesmo esse sucesso não facilitou a relação de Cassiano com as gravadoras.

 

Em 1978, a CBS abortou o trabalho de um quarto álbum, por considerar o cantor um produto “difícil”, sem retorno financeiro garantido. Na época, os problemas de saúde começaram e ele ficou fora de circulação até 1984, quando retomou a carreira em ritmo bem mais brando.

 

O álbum seguinte só veio em 1991, “Cedo ou Tarde”, e seria também seu último. As gravações tiveram participação de Marisa Monte e de três nomes claramente influenciados por ele – Sandra de Sá, Ed Motta e Claudio Zoli. Um trabalho morno, que Cassiano renegaria anos depois, dizendo-se sem poder de decisão no estúdio, cedendo a pressões dos produtores.

 

Os quatro álbuns de Cassiano são difíceis de encontrar nas lojas. Mais acessíveis são algumas coletâneas caça-níqueis, editadas com repertórios quase idênticos.

 

Mais interessante para quem ainda não conhece bem a primeira fase do soul brasileiro podem ser as coletâneas “Velhos Camaradas”, de 1999, e “Velhos Camaradas 2”, de 2001, divididas entre sucessos de Cassiano, Tim Maia e Hyldon, o trio que foi alicerce daquela cena black no Rio entre 1969 e 1975.

Cassiano, de 77 anos, faleceu em 7 de maio de 2021, de covid 19. Ele estava internado no Rio desde o fim de maio, no Hospital Estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes, na Zona Oeste.

No fim de abril, ele sofreu uma parada cardíaca e estava intubado desde então no Hospital Carlos Chagas. À época, ele foi testado para Covid-19 e deu negativo.

(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/musica/noticias – ENTRETENIMENTO / MÚSICA / NOTÍCIAS / fornecido por Microsoft News – 07/05/2021)

(Fonte: https://oglobo.globo.com/cultura/musica – CULTURA / MÚSICA / por O GLOBO – 07/05/2021)

(Fonte: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2021/05/07 – RIO DE JANEIRO / NOTÍCIA / Por G1 Rio – 

(Fonte: https://www.folhape.com.br/cultura – CULTURA / Por Thales de Menezes/Folhapress – 07/05/21)

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