Carlos Alberto Brilhante Ustra, coronel reformado, apontado como responsável por torturas ocorridas em órgãos de repressão durante a ditadura militar

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O coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra durante depoimento à Comissão da Verdade em 2013 (Foto: Wilson Dias / Agência Brasil)

O coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra durante depoimento à Comissão da Verdade em 2013 (Foto: Wilson Dias / Agência Brasil)

Carlos Alberto Brilhante Ustra, coronel reformado, apontado como responsável por torturas ocorridas em órgãos de repressão durante a ditadura militar.

De 29 de setembro de 1970 a 23 de janeiro de 1974, Ustra foi chefe do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), do II Exército, órgão utilizado pela ditadura para reprimir manifestações políticas contrárias ao regime de exceção.

 

Polêmica
Em depoimento à Comissão Nacional da Verdade em 2013, o coronel afirmou que a presidente Dilma Rousseff participou de “organizações terroristas” para implantar o comunismo no Brasil nas décadas de 1960 e 1970. Segundo Ustra, se os militares não tivessem lutado, o Brasil estaria sob uma “ditadura do proletariado”.

“Inclusive nas quatro organizações terroristas que nossa atual presidenta da República, hoje está lá na Presidência da República, ela pertenceu a quatro organizações terroristas que tinham isso, de implantar o comunismo no Brasil. Então estávamos conscientes de que estávamos lutando para preservar a democracia e estávamos lutando contra o comunismo. […] Se não fosse a nossa luta, se não tivéssemos lutado, hoje eu não estaria aqui porque eu já teria ido para o ‘paredon’. Hoje não existiria democracia nesse país. O senhores estariam em um regime comunista tipo de  Fidel Castro [ex-presidente de Cuba]”, afirmou Ustra à época.

Nos anos 1960, a presidente Dilma Rousseff integrou as organizações clandestinas Política Operária (Polop), Comando de Libertação Nacional (Colina) e Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares), dedicadas a combater a ditadura militar. Condenada por “subversão”, ela passou três anos presa no presídio Tiradentes, em São Paulo (entre 1970 e 1972). No final dos anos 1970, no Rio Grande do Sul, ajudou a fundar o PDT, de Leonel Brizola. Em 1990, filiou-se ao PT.

Convocado para depor sobre supostos crimes contra os direitos humanos no DOI-Codi, o ex-chefe conseguiu na Justiça o direito de permanecer calado. A defesa de Ustra sugeriu o envio de uma cópia do livro “Verdade sufocada”, em que o militar descreve sua atuação no órgão, mas o coronel aceitou comparecer e falar sobre o período.

Em dezembro, o relatório final da Comissão da Verdade incluiu o nome de Brilhante Ustra entre os 377 responsabilizados por mortes na ditadura. Durante o comando do militar no DOI-Codi, o relatório cita registros de ao menos 45 mortes e desaparecimentos políticos.

O coronel Ustra durante período em que era responsável pelo Doi-Codi (Foto: Reprodução/ TV Globo)

O coronel Ustra durante período em que era
responsável pelo Doi-Codi (Foto: Reprodução/
TV Globo)

Além de Ustra, também foi convocado Marival Chaves Dias do Canto, ex-analista do Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna do II Exército em São Paulo (Doi-Codi/SP). Ele já prestou outros dois depoimentos à comissão.

No dia 29 de abril de 2013, o Ministério Público denunciou à Justiça Federal Ustra e o delegado aposentado Alcides Singillo, que atuou junto ao Departamento de Ordem Política e Social de São Paulo (Deops-SP), por ocultação de cadáver, no caso do estudante de medicina Hirohaki Torigoe, de 27 anos, cujos restos mortais estão desaparecidos desde 5 de janeiro de 1972. A defesa de Ustra disse não haver provas contra o coronel.

(Fonte: http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2015/04 – DISTRITO FEDERAL / Por Mateus Rodrigues Do G1 DF – 24/04/2015)

(Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2013/05 – POLÍTICA/ Por Priscilla Mendes Do G1, em Brasília – 07/05/2013)

 

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