Brenda Almond, seus escritos posteriores centraram-se na defesa da “família tradicional”

 

Brenda Almond (nasceu em 19 de setembro de 1937, em Birkenhead, Reino Unido – faleceu em 14 de janeiro de 2023, em Sussex, Reino Unido), era filósofa, autora e eticista.

Ela nasceu em uma família pobre da classe trabalhadora em Birkenhead, Merseyside. Seu pai, Edward, pintor e decorador, foi convocado durante a Segunda Guerra Mundial e morreu logo depois; sua mãe, Margaret (nascida Potter), morreu de uma doença respiratória quando Brenda, filha única, tinha cinco anos.

Apesar desse começo difícil, após o ensino médio em Birkenhead, Brenda foi para o University College London, onde estudou filosofia com A. J. Ayer (1910 – 1989), que se tornou um amigo para toda a vida, apoiando-a em suas tentativas de promover a “filosofia prática”, mesmo quando ele próprio defendia firmemente a ideia oposta. Ela recebeu o prêmio Rosa Morison de filosofia e se formou com honras de primeira classe, obtendo um mestrado em filosofia pela Universidade de Londres com uma tese sobre ética e racionalidade.

Seu primeiro emprego foi lecionando filosofia na Universidade de Exeter em 1959, depois lecionou na Universidade de Gana em Accra (1960) e na Universidade de Keele (1962-63) e depois ocupou um cargo em filosofia da educação no Brighton College of Education (1964-74).

Em 1974, ela se tornou professora de filosofia na Universidade de Surrey, onde se envolveu em uma controvérsia política nacional sobre o fechamento do departamento de filosofia.

Em 1986, tornou-se leitora e, mais tarde, professora de filosofia social e moral na Universidade de Hull, onde fundou e, de 1992 a 2002, dirigiu o Centro de Pesquisa de Valores Sociais. De 1988 a 2001, Brenda atuou na Autoridade de Fertilização Humana e Embriologia e, após se aposentar em 2002, tornou-se membro da Comissão de Genética Humana (2002-2008).

Em seu primeiro livro, Pensamento Educacional (1969), ela argumentou que, no caso da educação, uma abordagem única não serve e não deveria servir para todos. Ela se preocupava particularmente com a possibilidade de, dada a oportunidade, o Estado tentar impor seus valores aos cidadãos, uma ideia compartilhada por Platão tantos anos antes – só que ele era a favor.

De seus muitos outros livros, talvez a voz mais autêntica de Brenda possa ser encontrada em seu título mais conhecido, The Philosophical Quest (1990), publicado em uma edição da Penguin. O livro é uma mistura de resumos convencionais, essencialmente educacionais, dos temas centrais da filosofia, com passagens mais fluidas e criativas nas quais a narradora registra o recebimento de cartas filosóficas de uma misteriosa correspondente chamada Sophia.

Os escritos posteriores de Brenda centraram-se na defesa da “família tradicional”. Ela identificou diversas ameaças modernas a ela e alertou que sua fragmentação estava causando sérios problemas sociais.

Um dos seus prazeres de vida era sentar-se ao piano e cantar músicas – de preferência acompanhada de amigos. Ela será lembrada como um ser humano afetuoso e muito atencioso, que compreendia a importância das ações simples com as quais as pessoas tecem o seu dia a dia.

Brenda Almond faleceu em 14 de janeiro de 2023, em Sussex aos 85 anos.

Brenda deixa seus filhos, Anna, Louise, Paula e eu, cinco netos e um bisneto.

Enquanto estudava na UCL, Brenda conheceu Des Cohen, que estudava na London School of Economics; eles se casaram em 1959 e tiveram quatro filhos. Brenda conciliou a criação dos filhos com os primeiros passos de sua carreira. Brenda e Des se separaram em 1982 e, mais tarde, se divorciaram.

(Direitos autorais reservados: https://www.theguardian.com/education/2023/feb/07 – The Guardian/ EDUCAÇÃO/ NOTÍCIAS/ Outras vidas/ Filosofia/ por Martin Cohen – 7 de fevereiro de 2023)

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