Azzedine Alaïa, estilista franco-tunisiano, um dos maiores e mais determinados designers dos séculos 20 e 21

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Estilista franco-tunisiano marcou anos 80 com criações sedutoras

Azzedine Alaia – (FRED DUFOUR / AFP)

Azzedine Alaia (Tunes, Tunísia, 26 de fevereiro de 1940 – Paris, França, 18 de novembro de 2017), estilista franco-tunisiano, um dos maiores e mais determinados designers dos séculos 20 e 21, era dono da marca que levava seu nome. Conhecido como “o escultor” do corpo feminino.

Alaia era um dos poucos dentre os grandes estilistas que dominavam todos os períodos da criação de um modelo, e triunfou especialmente na capital francesa nas décadas de 1980 e 1990.

Estilista vestiu estrelas como Greta Garbo, Grace Jones e Lady Gaga, ficou conhecido nos anos 1980 e 1990, com modelos como Linda Evangelista, Cindy Crawford e Naomi Campbell desfilando suas peças nas passarelas.

Conhecido por suas criações que valorizavam a sensualidade feminina, o designer marcou os anos 80 e vestiu mulheres como Michelle Obama, Lady Gaga e Naomi Campbell (esta a última, uma de suas maiores amigas).

Filho de fazendeiros e nascido na Tunísia, Alaïa estudou Belas-Artes em Tunís. O estilista chegou a Paris com o fim da Guerra da Argélia e chegou a trabalhar como babá para se manter na capital francesa.

Alaïa – que sempre se vestia de preto – nasceu em 1940 e começou nas casas de moda francesas Christian Dior, Guy Laroche e Thierry Mugler. Mas depois de criar sua própria empresa, ele raramente participou das semanas da moda de Paris.

Logo após a morte de Christian Dior, o estilista foi contratado pela maison homônima, então comandada por Yves Saint Laurent. No entanto, ele ficou apenas dias na grife, pois, como imigrante, não tinha a documentação necessária para manter-se no emprego.

 

A ex-primeira-dama americana Michelle Obama vestiu Alaïa para o banquete do Prêmio Nobel quando o marido, Barack Obama, recebeu o Nobel da Paz, em 2009 – (Foto: LISE ASERUD / AFP)

 

 

Superada essa primeira adversidade, Alaïa passou pelas grifes Guy Laroche e Thierry Mugler, antes de conquistar clientela própria e abrir um pequeno atelier.

Nos anos 80, a maison de Azzedine Alaïa conquistou fama mundial, com suas criações fetichistas que tratavam o corpo feminino de forma escultural. As peças conquistaram as supermodelos da época, como Grace Jones, Stephanie Seymour e Linda Evangelista, além da cantora Tina Turner.

Mas de todas as suas musas, nenhuma teve uma relação tão estreita com o estilista como a modelo britânica Naomi Campbell, que ele conheceu ainda adolescente, quando ela era recém-chegada a Paris. Em entrevista ao jornalista do ELA Gilberto Júnior, Naomi falou sobre a amizade entre os dois, que surgiu quando ela teve a bolsa roubada a caminho de seu primeiro encontro com ele:

— Alaïa falou com a minha mãe por telefone e a fez saber que se importava comigo e que me protegeria. Ele me chama de filha desde os 16 anos, e eu o chamo de “papa Alaïa”. Nossa amizade nunca muda. Ele tem tanta força. É uma relação de amor incondicional.

Conhecido por seu estilo discreto e reservado, Alaïa preferia desfiles intimistas a grandes espetáculos. Da mesma forma, o estilista, também famoso por seu perfeccionismo, recusava-se a apresentar coleções até que considerasse que as roupas estivessem completamente finalizadas, característica que fazia com que ele relutasse a se encaixar no calendário das semanas de moda. Em 2011, após o escândalo que tirou John Galliano da Dior, ele foi convidado a assumir as rédeas da maison, mas preferiu não aceitar a proposta.
Azzedine Alaïa morreu em 18 de novembro de 2017, aos 77 anos.

Nas redes, a morte de Alaïa foi lamentada por referências da indústria da moda como a modelo francesa Inès de la Fressange, a modelo italiana Mariacarla Boscono e o fotógrafo turco Mert Alas. Modelo nos anos 80, a brasileira Luiza Brunet chegou a participar de um desfile de Alaïa.

— Conheci ele quando fui passar uma temporada em Paris. Fui designada para um casting no atelier dele e ele foi super gentil. Depois disso, quando ia a Paris passava na casa dele para dar um beijo. O Azzedine sempre foi um cara extremamente cordial e generoso. Ele fez parte de uma safra de criadores que fez diferença na moda. Era uma moda extremamente feminina, que deixava a mulher sempre bonita, sexy e elegante — contou Luiza.
Entre seus colegas, Alaïa contava como admiradores Nicolas Ghesquière, atual estilista da Louis Vuitton, e Alber Elbaz, ex-diretor-criativo da Lanvin. Em 2000, quando comandava a Louis Vuitton, Marc Jacobs fez um desfile em homenagem ao mestre. No mesmo ano, a obra de Alaïa foi tema de uma exposição no Guggenheim, em Nova York.

Após uma ausência de seis anos, Azzedine Alaïa tinha feito o seu retorno à semana de alta-costura parisiense em julho passado, para apresentar o seu outono-inverno 2018. Elogiado pela crítica, o desfile foi aberto, naturalmente, por Naomi Campbell.

(Fonte: https://oglobo.globo.com/ela/moda – MODA / POR O GLOBO – 

(Fonte: https://www.terra.com.br/diversao – ENTRETENIMENTO – 18 NOV 2017)

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