Audálio Dantas, é um dos marcos do jornalismo brasileiro, recebeu prêmio da ONU por defender os direitos humanos

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Audálio Dantas foi presidente do Sindicato dos Jornalistas de SP e recebeu prêmio da ONU por defender os direitos humanos

 

Audálio Dantas é um dos marcos do jornalismo brasileiro (Foto: Jonathan Lins/G1)

 

Jornalista e escritor foi presidente de sindicato e premiado pela ONU

 

Audálio Ferreira Dantas (Tanque D’Arca, Alagoas, 8 de julho – São Paulo, 30 de maio de 2018), jornalista e escritor alagoano, é um dos marcos do jornalismo brasileiro.

O repórter era conhecido por seu olhar humanitário sobre os temas do cotidiano e sua atuação em prol da defesa de direitos durante a ditadura militar, característica que lhe rendeu, em 1981, o Prêmio de Defesa dos Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas).

Nascido em Tanque D’Arca, pequeno município do agreste alagoano, Audálio iniciou a carreira mo jornalismo aos 17 anos. Vindo do Nordeste para a capital paulista, o filho de um comerciante e uma dona de casa revelava imagens do fotógrafo Luigi Mamprin (1921-1995), no jornal Folha da Manhã, um dos títulos que dariam origem à Folha de S.Paulo.

Uma das reportagens que marcaram sua história se deu numa apuração sobre a favela do Canindé, às margens do Tietê, em São Paulo. Lá, o repórter conheceu Carolina de Jesus, moradora local que registrava um diário do seu cotidiano de fome, violência e dificuldade em criar os três filhos pequenos trabalhando como catadora de papel.

 

 

© Foto do arquivo de Ruth de Souza. Audálio Dantas, na Favela do Canindé entrevistando Carolina Maria de Jesus, personagem da sua famosa reportagem Diário de uma favelada. São Paulo, Brasil, 1961.

 

 

 

Os escritos de Audálio revelaram Carolina, que mais tarde se tornaria best seller, publicando livros no Brasil e no exterior, o mais famoso deles “Quarto de Despejo”, de 1960.

Sua personalidade também ficou evidente quando assumiu a presidência do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo, à época do assassinato do jornalista Vladimir Herzog, em outubro de 1975. Audálio denunciou que Herzog havia sido torturado e morto no DOI-CODI, contrariando a versão oficial do governo, que falava em suicídio.

Após isso, em 1978, sua atividade sindical lhe rendeu um mandato como deputado federal por São Paulo, pelo antigo MDB (1979-1983). Audálio também foi o primeiro presidente eleito por voto direto da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas). Até sua morte, integrava o conselho consultivo da ABI (Associação Brasileira de Imprensa).

 

 

Audálio Dantas na festa de 45 anos da TV Cultura, em São Paulo – (Foto: Bruno Poletti – 24.set.2014/Folhapress)

 

 

A carreira de Audálio também tem passagens como redator e chefe de reportagem da revista O Cruzeiro, publicação que deixou para ser editor de turismo na revista Quatro Rodas.

Ele foi correspondente de guerra em Honduras pela Veja e trabalhou na revista Realidade, onde produzia reportagens sobre as mudanças econômicas e sociais por que passava Minas Gerais. Foi chefe de redação da revista Manchete e editor da Nova.

Escritor, Audálio lançou livros, dentre eles “As Duas Guerras de Vlado Herzog” (Record), pelo qual recebeu o prêmio Jabuti e o prêmio Juca Pato de Intelectual do Ano, em 2013.

Audálio Dantas morreu em 30 de maio de 2018, aos 88 anos, no Hospital Premiê, em São Paulo, em consequência de um câncer de intestino.

Ele tratava um câncer de intestino desde 2015, quando foi operado, mas a doença acabou por atingir o fígado e os pulmões depois disso.

Para o prefeito Rui Palmeira, a vida e o trabalho do alagoano honram e dignificam o jornalismo e a luta pelas liberdades democráticas no Brasil. “Audálio Dantas foi um grande homem, um jornalista brilhante e um parlamentar notável, que engrandeceu sua profissão e honrou a atividade política”, afirmou.

(Fonte: https://g1.globo.com/al/alagoas/noticia – ALAGOAS / NOTÍCIA / Por G1 AL – 30/05/2018)

(Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/05 – SÃO PAULO, SP – JORNALISMO – MÍDIA /  Por (FOLHAPRESS) – 30.mai.2018)

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