Antonio Abujamra, ator, diretor de teatro e apresentador

0
Powered by Rock Convert

 

“A essência do meu progresso estava em poder aceitar a minha decadência. Ou seja, progredir até morrer, porque viver é morrer. E não me arrependo de nada.”
Antônio Abujamra
Ator e diretor Antônio Abujamra - Reinaldo Marques / Agência O Globo

Ator e diretor Antônio Abujamra – Reinaldo Marques / Agência O Globo

 

Antonio Abujamra (Ourinhos, São Paulo, 15 de setembro de 1932 – São Paulo, 28 de abril de 2015), ator, diretor de teatro e apresentador. Provocador, frasista memorável e crítico dos descaminhos do Brasil

Na TV Globo, Abujamra fez muito sucesso na novela “Que rei sou eu?” (1989) como o vilão Ravengar.

Com uma trajetória marcada pela influência de Bertolt Brecht e do discípulo do mestre alemão, Roger Planchon, a quem conheceu pessoalmente, Abujamra integrou a geração de grandes diretores brasileiros que ascendeu durante a resistência à ditadura militar, como Antunes Filho, Zé Celso Martinez Corrêa e Flávio Rangel. Dirigiu Cacilda Becker, Lilian Lemmertz, Glauce Rocha e Irene Ravache, entre outros.

Nascido em Ourinhos, no interior de São Paulo, em 15 de setembro de 1932, ano em que a Revolução Constitucionalista tomou o estado, Abujamra era um artista de muitas facetas, se desdobrando em autor, iluminador, tradutor, ator, diretor teatral e apresentador. Era reconhecido por ser pioneiro a introduzir no Brasil os métodos teatrais de mestres como Bertolt Brecht e Roger Planchon, com quem estudou.

Formou-se em filosofia e jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, em 1957. Inicia-se como crítico teatral e faz suas primeiras incursões como ator e diretor no Teatro Universitário, entre 1955 e 1958, nas montagens de “O Marinheiro”, de Fernando Pessoa; “À Margem da Vida” e “O Caso das Petúnias”, de Tennessee Williams; “A Cantora Careca” e “A Lição”, de Eugène Ionesco; e “Woyzeck”, de Georg Büchner.

Formado em filosofia e jornalismo, começou a carreira na plateia, como crítica teatral. Mas, ainda na faculdade, experimentou os ofícios da atuação e da direção. Já no começo, montou “O marinheiro”, de Fernando Pessoa, “O caso das petúnias”, de Tennessee Williams e “A cantora careca” e “A lição”, de Eugène Ionesco, entre outros.

Mais conhecido como Abu, destacou-se no início dos anos 1960, inserido no panorama teatral paulistano. Na época, estava voltando ao Brasil após passar um período estudando teatro na Europa – passou por Madri, Paris e Berlim, onde estagiou na Berliner Ensemble, a companhia criada por Bertolt Brecht -, cheio de projetos. Sua estreia como diretor profissional foi com “Raízes”, de Arnold Wesker, no Teatro Cacilda Becker.

Ainda naquela década, à frente do Grupo Decisão, Abujamra buscou uma linha muito pessoal na direção, e seu grupo apresentou uma série de espetáculos provocantes. Ele foi o primeiro a trazer para o Brasil as obras de Harold Pinter, com “O encarregado” e Arnold Wesker, com “Raizes”, este montado com Cacilda Becker, a maior atriz da época, que ouvira falar do talento do novo diretor.

Embora continuasse com base em São Paulo, também fincou raízes no Rio. Dirigiu a famosa montagem de “Antígona”, com Glauce Rocha, que provocou um dos incontáveis conflitos com a censura nos anos da ditadura.

Apesar de nunca abandonar os palcos, passou a trabalhar com televisão desde cedo. Apresentava desde 2000 o programa “Provocações”, exibido sempre às terças, na TV Cultura, que foi seu principal lar nas telas.

Sua estreia como ator profissional veio só quando já era cinquentenário, encarando um espetáculo solo. Na TV, além de ser apresentador, ficou conhecido do grande público ao interpretar um mágico na novela “Que rei sou eu?”, da TV Globo, no fim dos anos 1980.

Uma das grandes fases da carreira do diretor Antonio Abujamra se deu nos anos 1990, quando ele esteve à frente do grupo Os Fodidos Privilegiados, no Rio. Poucas vezes tivera tanto reconhecimento de público e crítica.

Desde 2000, o Abujamra apresentava o programa de entrevistas “Provocações”, na TV Cultura. O último episódio foi ao ar na última terça-feira, com o humorista Eduardo Sterblitch como entrevistado.

Antonio Abujamra morreu em 28 de abril de 2015, de um infarto no micárdio, aos 82 anos, em São Paulo.

(Fonte: Zero Hora – ANO 51 – N° 18.093 – TRIBUTO – 28 de abril de 2015 – Pág: 32)

(Fonte: http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2015/04 – POP & ARTE – Do G1 São Paulo – 28/04/2015)

(Fonte: http://oglobo.globo.com/cultura -15995787 – CULTURA – POR O GLOBO – 28/04/2015)

© 1996 – 2015. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A.

Powered by Rock Convert
Share.