Anne Hollander e o legado em livros para entender a moda como forma de expressão
Historiadora, é autora de obras como “Seeing Through Clothes” e “O Sexo e as Roupas”

Historiadora, é autora de obras como “Seeing Through Clothes” e “O Sexo e as Roupas”
– A arte de se vestir é a que todos nós praticamos -, dizia ela.
Anne Helen Loesser Hollander (Cleveland, Ohio, 16 de outubro de 1930 – Manhattan, Nova York, 6 de julho de 2014), historiadora que ajudou a elevar o estudo da arte e da moda ao revelar o frequente relacionamento entre as duas.
Anne Helen Loesser nasceu em outubro de 1930, em Cleveland, nos Estados Unidos, filha única do pianista e historiador da música Arthur Loesser e Jean Bassett, uma artista que ensinou sua filha a costurar e fazer roupas. Ela se formou em História da Arte no Barnard College, em 1952. No ano seguinte, ela se casou com o poeta John Hollander (esse casamento acabou em um divórcio).
O legado da historiadora Anne Hollander segue como um dos mais importantes para entender o modo como nos vestimos como uma expressão única da nossa personalidade. Se hoje a moda é vista também como expressão artística, Anne, é uma das grandes responsáveis.
“A arte de se vestir é a arte que todos nós praticamos”, costumava dizer Hollander. Nos seus livros e ensaios, ela argumentava que as roupas revelavam muito mais do que ocultavam – sobre arte, sobre percepções do corpo e sobre nós mesmos.

As análises de Hollander mudaram o jeito de relacionar moda e arte (Foto: Nicole Bengiveno/The New York Times)
Em seus livros e ensaios, defendia que roupas e modo de vestir revelam muito mais do que ocultam – seja sobre arte, percepções do corpo ou de nós mesmos. Sua primeira obra, Seeing Through Clothes, de 1978, guia os leitores por séculos de vestidos e roupas representados na arte e é referência quando o assunto é a maneira como artistas retratam roupas.
“Com a ajuda de quase imperceptíveis acolchoados, costuras curvadas, suturas discretas e pressão a vapor, o revestimento áspero de roupas sem graças foi gradualmente refinado em um vestuário requintadamente balanceado que serviu sem problemas, sem rugas e abotoado sem tensão para vestir o que aparentemente era o torso de um atleta grego”, ela escreveu em seu livro “Sex and Suits”, de 1994.

Anne Hollander autora do livro “Sex and Suits”, de 1994 (Foto: Bloomsbury Publishing / Divulgação)
Hollander, uma pesquisadora independente, nunca esteve em uma cátedra de universidade. Sua educação formal terminou em 1952, com um bacharelado em história da arte, mas ela dedicou o resto de sua vida num tipo de aprendizado superior autodidata, irrestrito aos tradicionais limites da academia.
Ela começou a escrever regularmente nos anos 1970, ao publicar ensaios, resenhas e livros e organizar proeminentes exposições em museus. Sua primeira obra, Seeing Through Clothes (1978), guiou os leitores por séculos de vestidos e roupas representados na arte. O livro foi desde o lançamento uma referência quando o assunto era a maneira como artistas retratam roupas.
Em 2002, Hollander ajudou a organizar uma exibição na Galeria Nacional em Londres (Fabric of Vision: Dress and Drapery in Paiting).
“De maneira surpreendente, Ms. Hollander não enfoca nas técnicas usadas pelos pintores para mostrar o tecido”, escreveu Alan Riding no The New York Times em 2002. “Ao contrário, seu interesse está no papel expressivo das roupas tingidas, como ela atua como uma orquestra cuja função é chamar atenção ao solista. Aqui, o solista é geralmente uma face ou um corpo.”
Anne Hollander morreu em 6 de julho, na sua casa em Nova York, aos 83 anos. A causa foi um câncer, disse seu marido, o filósofo Thomas Nagel. Historiadora tinha 83 e vivia em Manhattan, nos Estados Unidos.
(Fonte: http://cultura.estadao.com.br/noticias/geral – NOTÍCIAS – GERAL – CULTURA – The New York Times News Service – 09 Julho 2014)
(Fonte: http://revistadonna.clicrbs.com.br/lifestyle – REVISTA DONNA / Postado por Marianne Scholze – 23-07-2014)

