Allan Rich, esteve na lista negra de Hollywood nos anos 50 e fez carreira no cinema americano atuando em diversos filmes como Serpico (1973), Assédio Sexual (1994) e Amistad (1997)

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ALLAN RICH  (1926 – 2020), ATOR QUE ESTEVE NA “LISTA NEGRA DE HOLLYWOOD” NOS ANOS 50

 

Allan Rich (1926 – 2020) ator americano. (Foto: Divulgação/Buena Vista / Pipoca Moderna)

 

Allan Rich (Nova York em 8 de fevereiro de 1926 – Englewood, Nova Jersey, 22 de agosto de 2020), veterano ator que sobreviveu à lista negra de Hollywood para trabalhar em filmes como “Serpico” (1973), “Assédio Sexual” (1994) e “Amistad” (1997).

 

Benjamin Norman Schultz nasceu em Nova York em 8 de fevereiro de 1926, e foi criado no Queens e no Bronx, e desde a infância se interessou por teatro. Sua mãe, Elia, disse que em seu terceiro aniversário, ele correu para fora de sua cadeira e subiu no palco durante um show de vaudeville para cantar Ain’t She Sweet. Ele fez sua estreia na Broadway em 1943, quando adotou o nome artístico de Allan Rich, na juventude, quando foi contratado por Milton Berle para a comédia I’ll Take the High Road. Dois anos depois, ele apareceu com Claude Rains e Kim Hunter no drama da prisão Darkness at Noon, mas em 1953 foi rotulado como comunista e rapidamente caiu no ostracismo.

 

O artista esteve na lista negra de Hollywood nos anos 50 e fez carreira no cinema americano atuando em diversos filmes como Serpico (1973), Assédio Sexual (1994) e Amistad (1997), além de trabalhos no teatro e na televisão, como na série Curb Your Enthusiasm, da HBO.

Ele contou que a “má fama” se deveu a uma tentativa, anos antes, de tentar libertar um homem negro que havia sido injustamente condenado por estupro no Mississippi. Por conta disso, foi abruptamente demitido das peças que encenava e de seu primeiro trabalho na TV, o teleteatro “Philco Playhouse”, da NBC.

“Meu agente nunca me enviou outro teste”, ele contou em uma entrevista de 2007. “Demorou um ano até que um ator me disse: ‘Ei, fomos rotulados de vermelhos.’ Se seu nome estava nessa lista, goooooood-byyyyye! Você nunca mais ia trabalhar.”

 

Rich desistiu de sua paixão pelos palcos para conseguir um emprego como corretor de Wall Street. Isto lhe rendeu dinheiro e lhe permitiu voltar à arte, embora de forma diferente. Ele abriu uma galeria de arte, a Allan Rich Art Gallery, na Madison Avenue em Manhattan, que fez grande sucesso. Lá, exibiu obras de artistas famosos como Salvador Dali, Joan Miró, Alexander Calder. Até que, após a eleição de John Kennedy, que era um dos clientes de sua galeria, ele conseguiu voltar à televisão.

 

Em 1963, Rich retomou a carreira, aparecendo nas séries “Cidade Nua” (Naked City) e “East Side/West Side”, e, três anos depois, conseguiu retornar aos palcos, contracenando com Dustin Hollman em “Journey of the Fifth Horse”, de Ron Ribman.

 

A interrupção precoce em sua trajetória fez com que ele só estreasse no cinema em 1973, no clássico “Serpico”, de Sidney Lumet, em que interpretou um promotor público. O papel o tornou mais conhecido e o encheu de trabalho. Em seguida, fez “O Jogador” (1974) e “A Alegre Libertina” (1975), além de séries como “Arquivo Confidencial” (The Rockford Files), “Havaí 5-0” (Hawaii Five-O), “Kojak”, “CHiPs”, “Baretta” e “O Incrível Hulk”.

 

Graças a “Serpico”, Rich passou a ser escalado em papéis de autoridades. Ele foi o advogado de Demi Moore em “Assédio Sexual”, de Barry Levinson, e um juiz em “Amistad”, de Steven Spielberg. Mas também incorporou o presidente da rede NBC, Robert Kintner, em “Quiz Show” (1994), de Robert Redford, e diversos médicos – em “O Enigma do Mal” (1982), de Sidney J. Furie, e “Jack” (1996), de Francis Ford Coppola, por exemplo.
Já em 1953, Rich foi acusado de ser comunista durante o período do “macartismo” — campanha lançada pelo senador Joseph McCarthy para procurar simpatizantes da União Soviética em Hollywood. Segundo o próprio ator, ele recebeu a acusação depois de tentar libertar um homem negro no Mississippi que havia sido condenado injustamente por estupro.
Na época, ele trabalhava em uma série da NBC, Philco Playhouse, da qual foi demitido repentinamente após ser acusado pelo comitê de McCarthy.

Nos anos seguintes, ele também ajudou o lendário fotógrafo George Hurrell a ser redescoberto ao exibir os retratos tirados por ele das estrelas de Hollywood da Idade de Ouro.

 

Rich só voltou a trabalhar na área em 1963, quando fez papéis no teatro e na televisão. O grande impulso de sua carreira veio com Serpico (1973), de Sidney Lumet, onde teve o papel de promotor público com grande importância para o desenvolvimento do enredo.

 

Entre seus últimos trabalhos, destaca-se um episódio de “Curb Your Enthusiasm”, da HBO, em que viveu um sobrevivente do Holocausto que confronta um concorrente do reality show “Survivor” (o “No Limite” original). Ainda apareceu em “House” e “Duas Garotas em Apuros” (2 Broke Girls), encerrando a carreira como um rabino na premiada comédia “Lições em Família” (2014), de Zach Braff.

 

Em paralelo à atuação, Rich se dedicou a causas sociais, mostrando que era mesmo “comunista”. Ele cofundou em 1994 a We Care About Kids, uma organização sem fins lucrativos que produzia curtas-metragens educacionais, distribuídos gratuitamente para jovens do ensino fundamental e médio para combater o preconceito.

Ele também foi professor de atuação, dando aulas para astros como Sharon Stone, Jamie Lee Curtis, Rene Russo, Larry Miller e Alan Thicke, e chegou a publicar um livro sobre seu curso, “A Leap From the Method”, em 2007.

Allan Rich faleceu em 22 de agosto de 2020 de demência progressiva no Lillian Booth Actors Home, casa para artistas idosos localizada em Englewood, Nova Jersey, aos 94 anos.

“Ele viveu bem e foi bastante heroico para muitos, incluindo eu, quando confrontado com as profundezas do desespero”, disse o comunicado da família sobre a morte de Rich. “Ele tinha um grande intelecto e se destacava em tudo o que fazia. Ele sempre estava do lado do bem e do que era certo”, salientou o documento.

(Fonte: https://www.terra.com.br/diversao/cinema – DIVERSÃO / CINEMA / Por Pipoca Moderna – 24 AGO 2020)

(Fonte: https://cenapop.uol.com.br/noticias/famosos – FAMOSOS / REDAÇÃO – 24/08/2020)

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