Abdul Qadeer Khan, cientista nuclear paquistanês, o pai da bomba atômica, tornou o país a primeira potência nuclear islâmica

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A.Q. Khan, pai da bomba atômica do Paquistão

 

 

Abdul Qadeer Khan (Bhopal, 1º de abril de 1936 – Islamabad, 9 de outubro de 2021), era o pai da bomba atômica no Paquistão e herói nacional para muitos.

 

O cientista nuclear paquistanês, admirado por ter tornado o país a primeira potência nuclear islâmica, mas acusado de ter espalhado ilegalmente tecnologia para Irã, Coreia do Norte e Líbia, se tornou um herói nacional em maio de 1998, quando a República Islâmica do Paquistão entrou oficialmente na lista das potências militares atômicas, graças a testes realizados poucos dias depois dos da Índia, seu eterno rival.

 

Khan, nascido em 1º de abril de 1936 na cidade indiana de Bhopal, 11 anos antes da divisão sangrenta do Império Britânico que resultou no Paquistão e na Índia em 1947, também comandou o programa de desenvolvimento de mísseis do país.

 

Ele se formou em ciências pela Universidade de Karachi em 1960 e completou sua formação em Berlim, Holanda e Bélgica.

 

Sua principal contribuição para o programa nuclear do Paquistão foi o projeto de centrífugas, que enriqueciam o urânio a uma taxa de concentração adequada para armas.

 

Ele foi acusado de ter roubado essa tecnologia da Holanda, quando trabalhava no país para o consórcio Urenco. Após seu retorno ao Paquistão, o então primeiro-ministro Zulfikar Ali Bhutto o nomeou chefe do programa nacional de enriquecimento de urânio.

 

Em 1978, sua equipe conseguiu enriquecê-lo e, em 1984, estavam preparados para detonar uma bomba atômica, revelou Khan mais tarde em uma entrevista.

 

Em um discurso em 1990, ele reconheceu que os elementos necessários foram adquiridos no exterior. “Não era possível fabricarmos tudo no país”, disse.

 

Depois dos primeiros testes atômicos em 1998, em resposta aos da Índia, garantiu que Islamabad “nunca quis fabricar armas atômicas, mas se viu forçada a fazê-lo” pela necessidade de dissuasão.

 

Nenhuma das controvérsias nas quais se envolveu prejudicou sua grande popularidade no Paquistão, onde faculdades, universidades e hospitais levam seu nome e seu retrato ilustra pôsteres, objetos e páginas da web.

– “Salvei o país”  –

Era admirado porque, graças a ele, o Paquistão foi capaz de competir com a Índia no campo nuclear, dispondo de um meio de defesa “inexpugnável”.

Mas em fevereiro de 2004, Khan foi colocado em prisão domiciliar em Islamabad, após ser acusado de distribuição ilegal de tecnologia na década de 1990.

 

Em fevereiro de 2004, ele reconheceu na televisão que havia participado de atividades de proliferação, antes de recuar. Ele obteve o perdão do então presidente, o general Pervez Musharraf.

 

“Salvei o país pela primeira vez quando transformei o Paquistão em um Estado nuclear e o salvei novamente quando o reconheci e assumi total responsabilidade”, disse Khan à AFP em uma entrevista em 2008.

 

Em 2009, um tribunal ordenou o fim de sua prisão domiciliar, mas ele continuou submetido a medidas rígidas e tinha que informar as autoridades com antecedência sobre cada movimento seu.

 

Abdul Qadeer Khan faleceu aos 85 anos depois de testar positivo para a covid-19 e ter sido hospitalizado várias vezes desde agosto. Morreu após ser transferido para o hospital KRL em Islamabad devido a problemas pulmonares, segundo a televisão pública PTV.

“Estou profundamente triste com o falecimento do Dr. AQ Khan”, declarou no Twitter o primeiro-ministro Imran Khan, destacando “sua contribuição crucial para nos tornarmos um Estado com armas nucleares”.

“Para o povo paquistanês, ele era um ícone nacional”, acrescentou.

O primeiro-ministro disse que será enterrado na grande mesquita Faisal de Islamabad, conforme havia solicitado.

O ministro do Interior, Sheikh Rashid Ahmad, explicou que o enterro será realizado “com todas as honras”, na presença do governo e de altos funcionários militares.

(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/noticias/mundo – NOTÍCIAS / MUNDO / por AFP – 10/10/2021)

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