A primeira tatuadora dos Estados Unidos

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Maud Wagner, a primeira tatuadora dos Estados Unidos – 1907

Maud Wagner, a primeira tatuadora dos Estados Unidos – 1907

Maud Wagner, a primeira tatuadora dos Estados Unidos – 1907

Maud Wagner, a primeira tatuadora do sexo feminino (1904) a ficar conhecida nos Estados Unidos. 

Maud Stevens Wagner nasceu em Kansas, em fevereiro de 1877. Antes de ser tatuadora, ela era artista de circo (trapezista e contorcionista) e trabalhou em diversos espetáculos que viajavam o país.

Em 1904, em uma dessas viagens para apresentação como trapezista, ela conheceu Gus Wagner, ​​um tatuador que se promovia como “o homem artisticamente mais marcado na América”. Gus tinha 264 tatuagens e quando a viu, ficou encantado. Maud aceitou um encontro romântico proposto por ele, caso Gus a ensinasse a tatuar. Alguns anos mais tarde eles se casaram.

Juntos, eles tiveram uma filha, Lovetta, que começou a tatuar quando tinha nove anos! Ao contrário de sua mãe, porém, Lovetta não se tornou uma “cobaia” para testar o trabalho de seu pai. Maud havia proibido o marido de tatuar a filha. Anos depois, Gus morreu e Lovetta decidiu que, se ela não podia ser tatuada pelo próprio pai, ela não iria ser tatuada por nenhuma outra pessoa. Mesmo assim, ela seguiu os passos da família: virou tatuadora, mas nunca teve uma tattoo em seu corpo. Lovetta fez sua última tatuagem em 1983, em um dos artistas mais queridos de Sailor Jerry, Don Ed Hardy.

Como uma aprendiz de seu marido, Maud aprendeu a técnica tradicional chamada de “handpoked”, no qual o desenho é criado ponto por ponto sem o uso de máquinas, totalmente artesanal, mesmo depois de já terem inventado a máquina elétrica. Ela então começou a testar as técnicas em sua própria pele, além de ter sido tatuada pelo seu marido.

Juntos, os Wagners foram os dois dos últimos artistas que trabalharam com a técnica tradicional feita à mão nos Estados Unidos, sem o auxílio de máquinas modernas. Maud Wagner foi então, a primeira mulher reconhecida como tatuadora nos Estados Unidos. Gus Wagner, o primeiro tatuador a usar uma máquina elétrica.

Juntos, os Wagners foram os dois dos últimos artistas que trabalharam com a técnica tradicional feita à mão nos Estados Unidos

Juntos, os Wagners foram os dois dos últimos artistas que trabalharam com a técnica tradicional feita à mão nos Estados Unidos

 

Depois de deixar o circo, Gus e Maud viajaram por todo os Estados Unidos, trabalhando como tatuadores e como tatuados. Ambos como “atrações” em casas de shows (freak shows e burlesque), feiras e salões de jogos.

Os dois foram os responsáveis por levar a arte na pele para outros lugares como o interior dos Estados Unidos, longe das cidades da costa americana e grandes centros.

Infelizmente não há muitas fotos sobre o trabalho de Maud. As tatuagens dela eram típicas da época: ela mesmo tinha desenhos patrióticos e animais na pele, como macacos, borboletas, leões, cavalos, cobras, árvores, mulheres, além de ter seu próprio nome no braço esquerdo.

A história cultural da tatuagem em mulheres é complicada. Na metade do século XX, as que tinham arte no corpo eram vistas como atrações circenses, símbolos de desvio e de rebeldia, e eram colocadas até em exposição. O progresso enorme foi alcançado após os avanços tecnológicos conquistarem o mundo. A ideia tomou uma outra forma quando as pin-ups começaram a se tatuar. Mesmo assim, eram vistas (ainda) como rebeldes, mas também, como mulheres de atitude, dando espaço para a feminilidade e para o feminismo, ao “tomarem conta de seu próprio corpo”.

Maud faleceu em 30 de janeiro de 1961, aos 83 anos, sem ter visto a queda do preconceito na tatuagem, coisa que tanto almejava. Mesmo assim, ela deixou um fantástico legado para a história.

(Fonte:http://followthecolours.com.br – Carol T. Moré é editora do Follow the Colours)

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