Áureo Bringel de Mello, foi um advogado, jornalista, poeta, contista, pintor, político e senador pelo Amazonas

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Áureo Macedo Bringel Viveiros de Mello (Porto Velho, 15 de junho de 1924 – Brasília, 21 de janeiro de 2015), foi um advogado, jornalista, poeta, contista, pintor, político e senador pelo Amazonas.

 

Áureo Macedo Bringel Viveiros de Mello

 

O ex-senador era filho de Hugo Viveiros de Melo e de Elvira Bringel de Meio. Áureo Mello, nasceu na localidade de Santo Antônio do Madeira, que chegou a ser município do estado do Mato Grosso e depois foi incorporado a Porto Velho. Áureo era poeta, advogado, jornalista, pintor, chargista, político e, após residir em Guajará-Mirim, veio estudar em Manaus, onde graduou-se em Direito pela UFAM em 1945, atuando como advogado e depois como auxiliar, escrevente e oficial da secretaria do Tribunal de Justiça do Estado. Na capital amazonense foi funcionário fundador do jornal A Crítica e trabalhou no Diário da Tarde, no Jornal do Comércio, bem como na Rádio Baré.

 

Como escritor

 

Áureo publicou, entre outros, os livros: “Luzes tristes” (1945), “Claro-escuro” (1948), “Presença do estudante Inhuc Cambaxirra”, “As aureonaves (1985), “Inspiração” (1989), “O muito bom sozinho” (2000), “Como se eu fosse um cantador” (1999), “Onde está Gepeto?” (1999), “Heliotrópios adamantinos lácteos: suco de estrelas” (2004).

 

Vida política

 

Encerrado o Estado Novo houve eleições gerais em 1945 e nessa ocasião Áureo Mello fundou o PTB no Amazonas e foi eleito deputado estadual em 1947 participando da Assembleia Estadual Constituinte sendo reeleito em 1950. No pleito de 1954 foi eleito  deputado federal e assumiu a secretaria-geral da Liga de Emancipação Nacional (LEN), fechada em junho de 1955 por JK,  sob acusação de infiltração  comunista. A seguir ingressou na Frente Parlamentar Nacionalista (FPN), não se reelegendo em 1958. Nos anos seguintes (1959-1983) foi procurador de órgãos que precederam o atual Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária.

 

Por divergências com o PTB  do Amazonas transferiu o domicílio eleitoral para o Rio de Janeiro onde trabalhou em jornais como: A Tarde, Diário Carioca, Gazeta de Notícias e O Jornal. Eleito suplente de deputado federal em 1962 pela Guanabara, foi efetivado após a cassação de parlamentares devido ao AI-1, baixado pelos militares após a deposição de João Goulart. Filiado ao MDB não se reelegeu em 1966 e foi suplente também em 1978 quando retornou ao Amazonas.

 

Eleito segundo suplente do senador Fábio Lucena pelo PMDB  em 1982, foi assessor da Câmara de Municipal de Manaus a partir de 1984. Às vésperas do pleito de 1986 tanto Lucena quanto Mello renunciaram com o fito de garantir a Gilberto Mestrinho um mandato de senador em eleição suplementar, contudo a recusa de Leopoldo Peres em participar da manobra política, malogrou o intento. Assim, Peres foi efetivado e Lucena foi “reeleito” naquele ano, tendo Mello como primeiro suplente.

 

Áureo Mello foi efetivado em 18 de junho de 1987, após o suicídio de Fábio Lucena e participou da Assembleia Nacional Constituinte que elaborou a CF-88 e logo após a eleição de Fernando Collor para presidente em 1989, ingressou no PRN e foi um dos poucos a votar contra o impeachment do presidente na sessão de julgamento ocorrida em 29 de dezembro de 1992.

 

Em 1994 não disputou um novo mandato preferindo retornar ao Rio de Janeiro onde foi candidato a vereador pelo PTB em 1996, mas não foi eleito.

 

Precedido por
Fábio Lucena
Senador pelo Amazonas
19871995
Sucedido por
Bernardo Cabral

 

 

 

 

Aureo Mello usou cargo para editar 13 livros

 

O Senado foi mais do que uma aposentadoria para Aureo Mello (PRN-AM). Foi no exercício do mandato que ele realizou o seu sonho de escritor. Editou 13 livros, alguns de autoria de amigos. Tudo por conta do Senado.

 

O contribuinte pagou a edição de livros como “A Presença do Estudante Inhuc Cambaxirra”, “Posse na Academia de Letras de Brasília” e “O Hipopótamo e o Violino de Vidro”, este já na terceira edição.

 

“Editei livros de amigos da Academia de Brasília na Gráfica do Senado. Levei um pau, mas valeu a pena”, comenta. Os livros têm média de 200 páginas e 3 mil exemplares. Uma gráfica comercial cobraria US$ 140 mil pelo total de 20 edições.

 

O senador afirma que não tem objetivos comerciais com os livros que edita. “Eu uso estes livros para presentear as secretárias dos ministérios, para facilitar o meu acesso”, diz.

 

Mello aprendeu rápido uma prática comum no Senado: o nepotismo. O seu gabinete é uma grande família. São funcionários a sua mulher, uma sobrinha e até o filho do ex-senador Fábio Lucena (1940-1987), antigo titular do mandato.

 

A linha de atuação política de Mello foi observada pela Folha em junho. Ele recebeu uma visita do diretor-superintendente da Confenem (Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino), Professor Basílio.

 

O “lobista” chegou com quatro emendas à medida provisória 524, que trata da conversão das mensalidades em URV. “Trouxe uma emendinha para o senhor”, disse Basílio. As emendas já estavam redigidas em papel timbrado do Senado. Mello leu e assinou as emendas rapidamente. “Se ficar como está, vai baixar o nível do ensino”, justificou.

 

Em seguida, Mello deu uma ordem a um funcionário: “Manda CR$ 500 mil para a dona Teresinha Gonçalves, no Rio”. Virou para o repórter e explicou: “Ela conseguiu o apoio de uma igreja evangélica para mim”.

(Fonte: http://www.portalolm.com.br/2015/01 – ARTE – )

(Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1994/7/04/brasil – FOLHA DE S.PAULO / BRASIL / LUCIO VAZ / DA SUCURSAL DE BRASÍLIA – São Paulo, 4 de julho de 1994)

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