15 pioneiras na política brasileira desde o início do século XX até a Presidência

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15 pioneiras na política brasileira desde o início do século XX até a Presidência

Primeira prefeita no país foi eleita em 1928. As mulheres já são mais da metade dos eleitores desde 2000, mas participação feminina no Legislativo é de cerca de 10%

EM FOCO: PIONEIRAS NA POLÍTICA DO PAÍS

No dia 5 de abril de 1928, cerca de 20 mulheres ganharam o direito ao voto pela primeira vez no Brasil. Uma delas, Celina Guimarães Viana, de Mossoró, no Rio Grande do Norte, foi a pioneira a conquistar o direito na Justiça, mas os votos foram anulados logo depois pelo Senado. No entanto, a partir de então, as mulheres foram conquistando mais espaço na política. As manifestações das sufragistas, um movimento social, político e econômico que buscava estender o voto às mulheres, eram constantes. Dois anos após a Revolução de 30 e do início da Era Vargas, o sufrágio feminino foi adotado no Código Eleitoral e, em 1933, as mulheres puderam ir às urnas, embora não fosse obrigatório. Elas também foram aos palanques, sendo eleitas para as assembleias legislativas nos estados e a Câmara dos Deputados, no Distrito Federal.

 

Desde 2000, elas correspondem a mais 50% do eleitorado e, em 2010, o mais alto posto da nação foi ocupado por uma mulher, Dilma Rousseff, a primeira presidente do país. Embora tenha sido um dos primeiros países a dar o direito de voto às mulheres, a participação feminina na política brasileira ainda é pífia. A representação feminina na Câmara é de menos de 10% do total: 47 deputadas num total de 513 cadeiras. O percentual é pouco maior nas prefeituras e câmaras de vereadores do país: em 2012, segundo o Tribunal Superior Eleitoral, foram eleitas 8.287 mulheres, representando 13% do total, entre prefeitas e vereadoras. No ranking da ONU de 2012 que avalia a participação feminina na política, o Brasil ocupa a 121ª colocação entre 188 nações. O Acervo O GLOBO lista 15 pioneiras na política nacional.

 

CELINA GUIMARÃES VIANA – Nascida em Mossoró, em 15 de novembro de 1890, foi a primeira mulher a conquistar o direito ao voto na América Latina. Ela obteve o direito após a sanção de uma lei estadual. Seu nome foi incluído entre os eleitores do Rio Grande do Norte em 25 de outubro de 1927. No dia 21 de dezembro, O GLOBO publicava em sua primeira página uma chamada com a fotografia da primeira eleitora do Brasil. No ano seguinte, no dia 5 de abril, ela votou pela primeira vez nas eleições municipais do estado — primeiro no país a suprimir a distinção de sexo para o direito ao voto. Naquele ano, cerca de 20 mulheres conseguiram se registrar e 15 votaram. No entanto, os votos femininos foram anulados pela Comissão de Poderes do Senado, que os considerou “inapuráveis”.

 

LUÍZA ALZIRA SORIANO TEIXEIRA – A professora potiguar, do Partido Republicano (PR) foi a primeira mulher a ocupar um cargo de prefeita de uma cidade no Brasil e na América Latina. Nas eleições municipais indiretas de 1928, foi eleita prefeita de Lajes (RN), com 60% votos. A responsável pela indicação da candidata foi a advogada Bertha Lutz, pioneira no feminismo brasileiro. Em 1º de janeiro de 1929, Alzira Soriano tomou posse, mas sua administração foi interrompida sete meses depois, ao discordar da Revolução de 1930 e do governo Getúlio Vargas.

 

MARIA DO CÉU PEREIRA FERNANDES – O Rio Grande do Norte também foi o estado a eleger a primeira deputada estadual pelo voto direto no Brasil, em 1934. Nascida no sertão nordestino, na cidade de Currais Novos, Maria do Céu foi eleita, aos 24 anos, com mais de 12 mil votos, para a Assembleia Legislativa pelo Partido Popular (PP). Três anos depois, em 1937, teve seu mandato cassado por discordar das ideias getulistas durante o Estado Novo.

 

ANTONIETA DE BARROS – Ainda em 1934, Antonieta de Barros, do Partido Liberal Catarinense (PLC), elegeu-se como a primeira deputada estadual negra no país. Além de Maria do Céu e Antonieta, Maria José Salgado Lages (PR-AL), Maria Luiza Bittencourt (BA), Maria Tereza Nogueira de Azevedo e Maria Thereza Silveira de Barros, ambas do Partido Constitucionalista, em São Paulo, foram eleitas.

 

CARLOTA PEREIRA DE QUEIRÓS – A médica paulistana foi a primeira deputada federal do país. Ela foi a única parlamentar eleita na Assembleia Nacional Constituinte em maio de 1933, na legenda da Chapa Única, por São Paulo. Em seu mandato, defendeu a ampliação dos direitos das mulheres e das crianças. No ano seguinte, foi eleita pelo Partido Constitucionalista (PC-SP), para a Assembleia Legislativa, onde permaneceu até 1937.

 

EUNICE MICHILES – Eleita suplente do senador João Bosco Lima, em 1978, Eunice (Arena-AM) assumiu a cadeira no senado no ano seguinte, com a morte de João Bosco no início do mandato. A única mulher a ocupar uma vaga no Senado antes de Eunice foi a Princesa Isabel (1846-1921), que possuía vaga por direito dinástico durante o Império.

 

ESTHER DE FIGUEIREDO FERRAZ – foi a primeira mulher a se tornar ministra no Brasil. Nomeada pelo presidente general João Batista Figueiredo, ela ficou na pasta da Educação de 24 de agosto de 1982 a 15 de março de 1985. No ministério, regulamentou a emenda que estabelecia percentuais mínimos para a aplicação na educação dos recursos arrecadados em impostos.

 

MARIA LUIZA FONTENELE – em 1985, a professora universitária, candidata do PT, é eleita em Fortaleza a primeira prefeita de capital no Brasil. No ano seguinte, no Acre, a vice Iolanda Fleming torna-se a primeira governadora, durante dez meses.

 

ROSEANA SARNEY – Primeira governadora eleita no país, Roseana (PFL-MA), filha do ex-presidente José Sarney, foi eleita, em 1994, com 50,6% dos votos válidos contra 49,4% de Epitácio Cafeteira (PPR), e reeleita, permanecendo no governo do Maranhão até abril de 2002. Em 17 de abril de 2009, voltou ao Palácio dos Leões, onde ficou até dezembro de 2014.

 

DILMA ROUSSEFF – Primeira mulher a presidir o Brasil, Dilma nunca havia disputado uma eleição. Guerrilheira durante a ditadura militar, ela foi presa e torturada, e, após a anistia, foi secretária de Minas e Energia do Rio Grande do Sul, nos governos Alceu Colares (PDT) e Olívio Dutra (PT). No governo Lula, ocupou a pasta de Minas e Energia e a chefia da Casa Civil. Escolhida pelo ex-presidente Lula como candidata do PT, elegeu-se presidente em 2010 e foi reeleita em 2014.

 

 

Sufragista. Celina Guimarães Viana (à direita) foi a primeira mulher a conquistar o direito ao voto no Brasil e na América Latina, em 1928

Sufragista. Celina Guimarães Viana (à direita) foi a primeira mulher a conquistar o direito ao voto no Brasil e na América Latina, em 1928 (Foto: 15/11/1971 / Agência O Globo)

(Fonte: http://acervo.oglobo.globo.com -15 pioneiras na política brasileira desde o início do século XX até a Presidência -18824935#ixzz42PAl7fWq – Rayanderson Guerra* – EM DESTAQUE – 07/03/16)

*Estagiário sob supervisão de Matilde Silveira
© 2016.

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